Quem nunca desejou, em algum momento, que um anjo viesse e dissesse: "não haverá mais sofrimento, você já sofreu o bastante"?
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019
terça-feira, 12 de fevereiro de 2019
sexta-feira, 25 de janeiro de 2019
terça-feira, 25 de dezembro de 2018
Em 22/12/2018 o vulcão Anak Krakatoa (ou Anak Krakatau), na Indonésia, que é a versão ressuscitada do mesmo Krakatoa que sofreu uma erupção colossal em 1883, e uma erupção titânica em 535, que teve consequências em todo o planeta, entrou novamente em erupção, causando um tsunami que causou a morte de centenas ou milhares de pessoas.
Ele já vinha apresentando atividade pelo menos desde outubro deste ano.
Então por que o governo indonésio não evacuou a população das ilhas do entorno? Segundo a autoridade responsável, porque não houve terremotos precedendo o tsunami.
Ou seja, esperaram o pior acontecer para depois tomar providências.
Um péssimo hábito.
sexta-feira, 7 de setembro de 2018
quinta-feira, 12 de julho de 2018
Samir não gosta de acordar cedo. Desde quando se lembra, sempre foi uma pessoa noturna.
Samir me contou que, nos últimos tempos, tem tido cada vez mais dificuldade para levantar da cama, seja para trabalhar ou nos dias de folga.
Não é um problema físico. Mas a sensação que ele tem é de que precisa se convencer a começar o dia. Todos os dias.
Cada vez está mais difícil para Samir encontrar argumentos para si mesmo.
Samir me contou que, nos últimos tempos, tem tido cada vez mais dificuldade para levantar da cama, seja para trabalhar ou nos dias de folga.
Não é um problema físico. Mas a sensação que ele tem é de que precisa se convencer a começar o dia. Todos os dias.
Cada vez está mais difícil para Samir encontrar argumentos para si mesmo.
quarta-feira, 4 de julho de 2018
domingo, 1 de julho de 2018
Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto!...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
terça-feira, 26 de junho de 2018
Samir não é muito afeito a práticas desportivas, ou a qualquer forma de atividade física. Mas ele gosta de olhar longamente o mar, o deserto, a mata, as tamareiras que acompanham a estrada que leva às colinas.
Certo dia (não faz muito tempo), ele decidiu explorar sozinho as ruínas do velho monastério que fica além do rio seco. É um lugar distante, esquecido, calcinado pelo sol, outrora habitado por monges dos tempos do Profeta.
Em uma câmara, provavelmente uma cela, encontrou algo. Em um buraco da parede escavada na rocha, bem ao nível do piso, coberto de areia alaranjada, havia um antigo caderno enrolado em uma capa de couro. Suas páginas estavam escritas em um árabe antigo. Samir, percorrendo as letras bem desenhadas na primeira folha, sentiu um arrepio que o fez perder o chão:
Quatro passos para resolver sua vida:
1. Pare de reclamar.
2. Pense no que você deve fazer — seja realista.
3. Faça — sem desculpas.
4. Faça agora!
Samir me disse que deixou o caderno lá, no mesmo buraco, com a mesma areia por cima, para que daqui a alguns séculos outra pessoa volte a encontrá-lo, se ele assim o quiser.
Certo dia (não faz muito tempo), ele decidiu explorar sozinho as ruínas do velho monastério que fica além do rio seco. É um lugar distante, esquecido, calcinado pelo sol, outrora habitado por monges dos tempos do Profeta.
Em uma câmara, provavelmente uma cela, encontrou algo. Em um buraco da parede escavada na rocha, bem ao nível do piso, coberto de areia alaranjada, havia um antigo caderno enrolado em uma capa de couro. Suas páginas estavam escritas em um árabe antigo. Samir, percorrendo as letras bem desenhadas na primeira folha, sentiu um arrepio que o fez perder o chão:
Quatro passos para resolver sua vida:
1. Pare de reclamar.
2. Pense no que você deve fazer — seja realista.
3. Faça — sem desculpas.
4. Faça agora!
Samir me disse que deixou o caderno lá, no mesmo buraco, com a mesma areia por cima, para que daqui a alguns séculos outra pessoa volte a encontrá-lo, se ele assim o quiser.
quarta-feira, 30 de maio de 2018
terça-feira, 29 de maio de 2018
quarta-feira, 2 de maio de 2018
sábado, 28 de abril de 2018
domingo, 22 de abril de 2018
(...)
Creio, Senhor, que com estes dois degredados ficam mais dois grumetes, que esta noite se saíram desta nau no esquife, fugidos para terra. Não vieram mais. E cremos que ficarão aqui, porque de manhã, prazendo a Deus, fazemos daqui nossa partida.
Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o sul vimos até à outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, nalgumas partes, grandes barreiras, delas vermelhas, delas brancas; e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta, é toda praia parma, muito chã e muito formosa.
Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa.
Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados como os de Entre Douro e Minho, porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá.
Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem.
Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.
E que aí não houvesse mais que ter aqui esta pousada para esta navegação de Calecute, bastaria. Quando mais disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa santa fé.
E nesta maneira, Senhor, dou aqui a Vossa Alteza do que nesta vossa terra vi. E, se algum pouco me alonguei, Ela me perdoe, que o desejo que tinha, de Vos tudo dizer, mo fez assim pôr pelo miúdo.
E pois que, Senhor, é certo que, assim neste cargo que levo, como em outra qualquer coisa que de vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servida, a Ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro – o que d'Ela receberei em muita mercê.
Beijo as mãos de Vossa Alteza.
Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.
Pero Vaz de Caminha
sábado, 31 de março de 2018
— Samir, venha cá um pouco — chamou através da porta da casa de chá o Imam. — O que o aflige, meu filho?
— O trabalho, a falta de dinheiro, a política...
— Ora! Mas você só vê as coisas negativas da vida? Allah, louvado seja seu nome, deu-lhe as coisas ruins, mas também as coisas boas. Não vale a pena se mortificar por tudo, Samir. A vida é boa, a vida é o presente do Criador para você.
— O que nos mata pouco a pouco, meu caro Sheik, é a vida.
— O trabalho, a falta de dinheiro, a política...
— Ora! Mas você só vê as coisas negativas da vida? Allah, louvado seja seu nome, deu-lhe as coisas ruins, mas também as coisas boas. Não vale a pena se mortificar por tudo, Samir. A vida é boa, a vida é o presente do Criador para você.
— O que nos mata pouco a pouco, meu caro Sheik, é a vida.
domingo, 18 de março de 2018
terça-feira, 13 de março de 2018
Samir aprendeu, com o passar dos anos, a sobreviver ao convívio social. Mas, às vezes, ele sente que isso não é suficiente.
Um dia desses, Samir foi visitar seu primo Rashid. Rashid tem uma banca no mercado da medina.
Como a esposa de Rashid mandou chamá-lo para atender a alguma urgência em casa, Samir ficou tomando conta da banca.
Foi então que Samir percebeu que estava como um náufrago, boiando em um oceano de gente, gente que falava, berrava, espirrava, tossia, cuspia, se esbarrava pelos becos do mercado, gente que brigava por alguma barganha difícil em uma banca próxima...
Quando voltou para casa, como um náufrago que é jogado na praia pelas ondas, Samir estava esgotado.
Um dia desses, Samir foi visitar seu primo Rashid. Rashid tem uma banca no mercado da medina.
Como a esposa de Rashid mandou chamá-lo para atender a alguma urgência em casa, Samir ficou tomando conta da banca.
Foi então que Samir percebeu que estava como um náufrago, boiando em um oceano de gente, gente que falava, berrava, espirrava, tossia, cuspia, se esbarrava pelos becos do mercado, gente que brigava por alguma barganha difícil em uma banca próxima...
Quando voltou para casa, como um náufrago que é jogado na praia pelas ondas, Samir estava esgotado.
terça-feira, 6 de março de 2018
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018
Não sou ateu. Sou um cientificista. Acredito que a Ciência é o melhor meio para se desvendar os mistérios do Universo e acredito que a Natureza é a grande inteligência por trás da arquitetura universal. Nesse contexto, não é exagero pensar na Ciência como uma religião e na Natureza como sua divindade.
segunda-feira, 1 de janeiro de 2018
Esta é uma era em que a mídia (sob as ordens de alguém que certamente está lucrando com isso) maldosamente tem levado a sociedade a confundir libertinagem com liberdade, permissividade com tolerância, perversão com livre expressão do pensamento.
A grande massa mostra-se incapaz de discernir o certo do errado, sendo influenciada passivamente, como de costume.
Quisera eu ter a esperança de ver neste novo ano uma mudança nesse processo de imoralização de nosso povo...
A grande massa mostra-se incapaz de discernir o certo do errado, sendo influenciada passivamente, como de costume.
Quisera eu ter a esperança de ver neste novo ano uma mudança nesse processo de imoralização de nosso povo...
quarta-feira, 15 de novembro de 2017
A República, considerando-a como o regime político em que o povo se faz representar por administradores executivos temporários, é uma solução interessante para nações politicamente evoluídas.
Não é o caso do Brasil.
No Brasil, a mentalidade egoísta e corrupta de seu povo (generalizando) faz com que os governantes não tenham o necessário nível de comprometimento com a coletividade para que o regime funcione.
Se um governante tem acesso ao topo do poder político e sabe que ficará lá apenas por oito anos (que é o que, na prática, dura o mandato presidencial nesse país), é compreensível que, nessa realidade de corrupção e egoísmo, ele explore todos os meios de enriquecimento que estejam a seu dispor.
Porém, em uma Monarquia, o governante é treinado desde a sua infância para governar. Ele recebe uma instrução voltada para a compreensão sistêmica de sua nação. Mais tarde, ele governará com a tranquilidade de quem não precisará tomar medidas populistas para se reeleger; além disso, ele terá a consciência de que deixará para seu descendente todos os problemas que causar ou que não conseguir resolver em sua gestão.
A experiência republicana brasileira, que começou com uma boa intenção, mostrou-se fracassada nos últimos cento e vinte e oito anos.
Creio que a República chegou cedo demais ao Brasil.
Não é o caso do Brasil.
No Brasil, a mentalidade egoísta e corrupta de seu povo (generalizando) faz com que os governantes não tenham o necessário nível de comprometimento com a coletividade para que o regime funcione.
Se um governante tem acesso ao topo do poder político e sabe que ficará lá apenas por oito anos (que é o que, na prática, dura o mandato presidencial nesse país), é compreensível que, nessa realidade de corrupção e egoísmo, ele explore todos os meios de enriquecimento que estejam a seu dispor.
Porém, em uma Monarquia, o governante é treinado desde a sua infância para governar. Ele recebe uma instrução voltada para a compreensão sistêmica de sua nação. Mais tarde, ele governará com a tranquilidade de quem não precisará tomar medidas populistas para se reeleger; além disso, ele terá a consciência de que deixará para seu descendente todos os problemas que causar ou que não conseguir resolver em sua gestão.
A experiência republicana brasileira, que começou com uma boa intenção, mostrou-se fracassada nos últimos cento e vinte e oito anos.
Creio que a República chegou cedo demais ao Brasil.
terça-feira, 7 de novembro de 2017
domingo, 22 de outubro de 2017
Eis algumas verdades simples que a experiência de vida ensina:
A vida é sofrimento.
Temos momentos de felicidade na vida, mas a essência da vida é o sofrimento.
Veja as pessoas à sua volta na rua, no ônibus, em lugares públicos. Quantas estão sorrindo? Quantas não estão?
Deus não existe. Deuses não existem.
A humanidade tem a necessidade antiga de sentir que alguém ou algo sobrenatural está lá, se preocupando com as pessoas, com interesse e plenos poderes para premiar as boas atitudes e proteger os merecedores.
Mas, todos os dias, pessoas honestas, religiosas e atéias, acordam, vão trabalhar, pagam suas contas (ou ficam devendo quando o dinheiro falta), sofrem os dissabores da vida e terão o mesmo fim.
Então, qual é a diferença?
Poucas pessoas em sua vida se preocuparão com você.
Por isso mesmo, elas devem ser valorizadas.
A maioria das pessoas não liga para o que acontece com você. E mesmo as pessoas que o amam não terão você como principal preocupação o tempo todo.
A vida é sofrimento.
Temos momentos de felicidade na vida, mas a essência da vida é o sofrimento.
Veja as pessoas à sua volta na rua, no ônibus, em lugares públicos. Quantas estão sorrindo? Quantas não estão?
Deus não existe. Deuses não existem.
A humanidade tem a necessidade antiga de sentir que alguém ou algo sobrenatural está lá, se preocupando com as pessoas, com interesse e plenos poderes para premiar as boas atitudes e proteger os merecedores.
Mas, todos os dias, pessoas honestas, religiosas e atéias, acordam, vão trabalhar, pagam suas contas (ou ficam devendo quando o dinheiro falta), sofrem os dissabores da vida e terão o mesmo fim.
Então, qual é a diferença?
Poucas pessoas em sua vida se preocuparão com você.
Por isso mesmo, elas devem ser valorizadas.
A maioria das pessoas não liga para o que acontece com você. E mesmo as pessoas que o amam não terão você como principal preocupação o tempo todo.
sexta-feira, 22 de setembro de 2017
quarta-feira, 13 de setembro de 2017
Tudo que ele deixou foi uma carta de amor
Pra uma apresentadora de programa infantil.
Nela, ele dizia que já não era criança
E que a esperança também dança como monstros de um filme japonês.
Tudo que ele tinha era uma foto desbotada
Recortada de revista especializada em vida de artista.
Tudo que ele queria era encontrá-la um dia:
Todo suicida acredita na vida depois da morte.
Tudo que ele tinha cabia no bolso da jaqueta;
A vida, quando acaba, cabe em qualquer lugar.
E a violência travestida faz seu trottoir.
Pra uma apresentadora de programa infantil.
Nela, ele dizia que já não era criança
E que a esperança também dança como monstros de um filme japonês.
Tudo que ele tinha era uma foto desbotada
Recortada de revista especializada em vida de artista.
Tudo que ele queria era encontrá-la um dia:
Todo suicida acredita na vida depois da morte.
Tudo que ele tinha cabia no bolso da jaqueta;
A vida, quando acaba, cabe em qualquer lugar.
E a violência travestida faz seu trottoir.
sexta-feira, 1 de setembro de 2017
sexta-feira, 25 de agosto de 2017
terça-feira, 25 de julho de 2017
quarta-feira, 19 de julho de 2017
sexta-feira, 16 de junho de 2017
Samir nunca foi um homem muito motivado. Ele sabe que por isso, embora tenha sobrevivido esses anos todos com trabalho honesto, nunca saiu de uma vida rasa, sem conforto.
Já faz algum tempo, creio que foi antes da última Peregrinação, Samir caminhava por uma viela, dessas estreitas e poeirentas. Ia com a cabeça cheia de problemas e a boca cheia de resmungos quando um velho, sentado à sarjeta, lhe disse:
- A vida é dura, não é? É difícil... Não! A vida é fácil! É você que é um fraco, Samir!
E desapareceu.
Dizem que as vielas andam abarrotadas de gênios.
Já faz algum tempo, creio que foi antes da última Peregrinação, Samir caminhava por uma viela, dessas estreitas e poeirentas. Ia com a cabeça cheia de problemas e a boca cheia de resmungos quando um velho, sentado à sarjeta, lhe disse:
- A vida é dura, não é? É difícil... Não! A vida é fácil! É você que é um fraco, Samir!
E desapareceu.
Dizem que as vielas andam abarrotadas de gênios.
segunda-feira, 12 de junho de 2017
quinta-feira, 4 de maio de 2017
segunda-feira, 24 de abril de 2017
sexta-feira, 17 de março de 2017
segunda-feira, 6 de março de 2017
quarta-feira, 1 de março de 2017
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017
Minha opinião não está baseada em regras religiosas ou no famoso "politicamente correto ou incorreto". Essas são minhas convicções éticas, apenas.
É um sofrimento para uma mulher que foi estuprada carregar o filho do estuprador, e depois criá-lo. Concordo.
Mas percebo que os pró-aborto focam nas necessidades das mulheres, apenas. E onde ficam as necessidades das crianças?
Crianças, sim. Não importa se em fase intrauterina ou extrauterina. Um espermatozoide é uma célula (um gameta, com meio genótipo). Um óvulo, também. Porém, juntos, formam um ser vivo, uma pessoa, um ser humano.
Existem as mães que abortam porque engravidaram de um estupro.
Existem aquelas que abortam por pura CONVENIÊNCIA; sendo casadas ou solteiras, sabem que a maternidade naquele momento atrapalhará sua vida profissional e/ou pessoal.
Em nenhum caso, contudo, a "culpa" é da criança que foi gerada. É monstruoso matar uma criança por ser um incômodo para a mãe, ou para ambos os pais. Coloco ênfase na mãe porque, na maioria dos casos de aborto voluntário, a palavra final é dela.
Não é decente desconsiderar o sofrimento de alguém que engravidou sem desejar (por violência ou por irresponsabilidade). Mas é muito mais indecente negar o direito mais básico de qualquer pessoa (até de criminosos hediondos), que é a vida, a uma criança, a um feto, a um embrião, a um zigoto: enfim, a um ser que é como TODOS NÓS um dia fomos.
Além do mais, a legislação nacional, muito sabiamente, permite que uma mãe que não queira criar seu filho possa entregá-lo à adoção (art. 13, § 1º, do Estatuto da Criança e do Adolescente), o que certamente é uma opção muito melhor do que a morte. Veja aqui.
Para quem alegar que eu sou contra o aborto porque não sou mulher, digo isso: sou homem, e sou marido, sou pai, sou filho. Conheço a importância da paternidade e da maternidade responsáveis; conheço o valor da vida. Sei que fazer um filho é fácil. Gerá-lo, não. Educá-lo, também não. Ser mãe ou pai não é para qualquer um (penso até que deveria haver um curso de habilitação para isso). "Interromper a gravidez" (um eufemismo que significa matar um zigoto/embrião/feto com substâncias tóxicas ou despedaçando-o através de intervenção mecânica) muitas vezes é a opção mais fácil, que evita despesas, vergonha, inconvenientes familiares, etc. Mas as opções mais fáceis costumam ser as mais erradas. É difícil agir de maneira correta, mas é indispensável para quem quer se considerar honrado.
Penso que nenhuma mãe de defensor do aborto era pró-aborto, ou essa discussão teria acabado antes mesmo de começar.
É tempo de a humanidade parar com os discursos liberais ou neoliberais e começar a respeitar a vida. É tempo de se iniciar, também, um controle de natalidade ético, sem assassinatos de nascituros, com medidas PREVENTIVAS por parte de homens e mulheres (já tão conhecidas por todos). Os humanos já não se multiplicam como animais: multiplicam-se como um vírus, que mata pouco a pouco seu hospedeiro, a Terra.
Visto que a humanidade carece de consciência em relação à sua taxa média de natalidade, cabe aos governos imporem um controle compulsório. É uma medida antipática, mas é muito mais benéfica do que esperar o derradeiro desastre.
Ou estanca-se agora o crescimento de nossa população, ou uma superguerra, motivada pela escassez de recursos como água potável e terras férteis, encarregar-se-á de resolver o problema da superpopulação. E da pior forma possível.
É um sofrimento para uma mulher que foi estuprada carregar o filho do estuprador, e depois criá-lo. Concordo.
Mas percebo que os pró-aborto focam nas necessidades das mulheres, apenas. E onde ficam as necessidades das crianças?
Crianças, sim. Não importa se em fase intrauterina ou extrauterina. Um espermatozoide é uma célula (um gameta, com meio genótipo). Um óvulo, também. Porém, juntos, formam um ser vivo, uma pessoa, um ser humano.
Existem as mães que abortam porque engravidaram de um estupro.
Existem aquelas que abortam por pura CONVENIÊNCIA; sendo casadas ou solteiras, sabem que a maternidade naquele momento atrapalhará sua vida profissional e/ou pessoal.
Em nenhum caso, contudo, a "culpa" é da criança que foi gerada. É monstruoso matar uma criança por ser um incômodo para a mãe, ou para ambos os pais. Coloco ênfase na mãe porque, na maioria dos casos de aborto voluntário, a palavra final é dela.
Não é decente desconsiderar o sofrimento de alguém que engravidou sem desejar (por violência ou por irresponsabilidade). Mas é muito mais indecente negar o direito mais básico de qualquer pessoa (até de criminosos hediondos), que é a vida, a uma criança, a um feto, a um embrião, a um zigoto: enfim, a um ser que é como TODOS NÓS um dia fomos.
Além do mais, a legislação nacional, muito sabiamente, permite que uma mãe que não queira criar seu filho possa entregá-lo à adoção (art. 13, § 1º, do Estatuto da Criança e do Adolescente), o que certamente é uma opção muito melhor do que a morte. Veja aqui.
Para quem alegar que eu sou contra o aborto porque não sou mulher, digo isso: sou homem, e sou marido, sou pai, sou filho. Conheço a importância da paternidade e da maternidade responsáveis; conheço o valor da vida. Sei que fazer um filho é fácil. Gerá-lo, não. Educá-lo, também não. Ser mãe ou pai não é para qualquer um (penso até que deveria haver um curso de habilitação para isso). "Interromper a gravidez" (um eufemismo que significa matar um zigoto/embrião/feto com substâncias tóxicas ou despedaçando-o através de intervenção mecânica) muitas vezes é a opção mais fácil, que evita despesas, vergonha, inconvenientes familiares, etc. Mas as opções mais fáceis costumam ser as mais erradas. É difícil agir de maneira correta, mas é indispensável para quem quer se considerar honrado.
Penso que nenhuma mãe de defensor do aborto era pró-aborto, ou essa discussão teria acabado antes mesmo de começar.
É tempo de a humanidade parar com os discursos liberais ou neoliberais e começar a respeitar a vida. É tempo de se iniciar, também, um controle de natalidade ético, sem assassinatos de nascituros, com medidas PREVENTIVAS por parte de homens e mulheres (já tão conhecidas por todos). Os humanos já não se multiplicam como animais: multiplicam-se como um vírus, que mata pouco a pouco seu hospedeiro, a Terra.
Visto que a humanidade carece de consciência em relação à sua taxa média de natalidade, cabe aos governos imporem um controle compulsório. É uma medida antipática, mas é muito mais benéfica do que esperar o derradeiro desastre.
Ou estanca-se agora o crescimento de nossa população, ou uma superguerra, motivada pela escassez de recursos como água potável e terras férteis, encarregar-se-á de resolver o problema da superpopulação. E da pior forma possível.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
terça-feira, 31 de janeiro de 2017
quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
terça-feira, 17 de janeiro de 2017
segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
Um carro que se empurra, um chapéu esburacado,
No peito uma castanha que não arde.
Tem a chuva nos olhos e tem o ar cansado
O homem que apregoa ao fim da tarde.
Ao pé dum candeeiro acaba o dia,
Voz rouca com o travo da pobreza.
Apregoa pedaços de alegria,
E à noite vai dormir com a tristeza.
(...)
A mágoa que transporta a miséria ambulante
Passeia na cidade o dia inteiro.
É como se empurrasse o outono diante;
É como se empurrasse o nevoeiro.
Quem sabe a desventura do seu fado?
Quem olha para o homem das castanhas?
Nunca ninguém pensou que ali ao lado
Ardem no fogareiro dores tamanhas.
No peito uma castanha que não arde.
Tem a chuva nos olhos e tem o ar cansado
O homem que apregoa ao fim da tarde.
Ao pé dum candeeiro acaba o dia,
Voz rouca com o travo da pobreza.
Apregoa pedaços de alegria,
E à noite vai dormir com a tristeza.
(...)
A mágoa que transporta a miséria ambulante
Passeia na cidade o dia inteiro.
É como se empurrasse o outono diante;
É como se empurrasse o nevoeiro.
Quem sabe a desventura do seu fado?
Quem olha para o homem das castanhas?
Nunca ninguém pensou que ali ao lado
Ardem no fogareiro dores tamanhas.
quarta-feira, 12 de outubro de 2016
You got a one way ticket
On your last chance ride
Gotta one way ticket
To your suicide
Gotta one way ticket
An there's no way out alive
An all this crass communication
That has left you in the cold
Isn't much for consolation
When you feel so weak and old
But if home is where the heart is
Then there's stories to be told
No you don't need a doctor
No one else can heal your soul
On your last chance ride
Gotta one way ticket
To your suicide
Gotta one way ticket
An there's no way out alive
An all this crass communication
That has left you in the cold
Isn't much for consolation
When you feel so weak and old
But if home is where the heart is
Then there's stories to be told
No you don't need a doctor
No one else can heal your soul
sexta-feira, 24 de junho de 2016
Quem foi que disse que a vida começa aos quarenta?
A minha acabou faz tempo, agora entendo por quê.
Samir não é um homem velho, mas também já não é moço.
Ele pensa no futuro e tem dificuldade de vislumbrar seu destino.
Samir tem muitas coisas: família, amor, educação... Mas falta-lhe às vezes um algo a mais para que se sinta alguém.
Quem é Samir? O que sobrou de Samir?
A minha acabou faz tempo, agora entendo por quê.
Samir não é um homem velho, mas também já não é moço.
Ele pensa no futuro e tem dificuldade de vislumbrar seu destino.
Samir tem muitas coisas: família, amor, educação... Mas falta-lhe às vezes um algo a mais para que se sinta alguém.
Quem é Samir? O que sobrou de Samir?
segunda-feira, 25 de abril de 2016
Enquanto estiver vivo, sinta-se vivo.
Se sentir saudades do que fazia, volte a fazê-lo.
Não viva de fotografias amareladas...
Continue, quando todos esperam que desista.
Não deixe que enferruje o ferro que existe em você.
Faça com que em vez de pena, tenham respeito por você.
Quando não conseguir correr através dos anos, trote.
Quando não conseguir trotar, caminhe.
Quando não conseguir caminhar, use uma bengala.
Mas nunca se detenha.
(Madre Teresa de Calcutá)
Se sentir saudades do que fazia, volte a fazê-lo.
Não viva de fotografias amareladas...
Continue, quando todos esperam que desista.
Não deixe que enferruje o ferro que existe em você.
Faça com que em vez de pena, tenham respeito por você.
Quando não conseguir correr através dos anos, trote.
Quando não conseguir trotar, caminhe.
Quando não conseguir caminhar, use uma bengala.
Mas nunca se detenha.
(Madre Teresa de Calcutá)
quarta-feira, 16 de março de 2016
sexta-feira, 11 de março de 2016
sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
Eu até compreendo os salvadores profissionais,
Sua feira de ilusões;
Só que o bom barraqueiro
Que quer vender seu peixe em paz
Deixa o outro vender limões.
Um vende limões, o outro vende o peixe que quer.
O nome de Deus pode ser Oxalá,
Jeová, Tupã, Jesus, Maomé...
Maomé, Jesus, Tupã, Jeová, Oxalá
E tantos mais.
Sons diferentes, sim, para sonhos iguais.
Sua feira de ilusões;
Só que o bom barraqueiro
Que quer vender seu peixe em paz
Deixa o outro vender limões.
Um vende limões, o outro vende o peixe que quer.
O nome de Deus pode ser Oxalá,
Jeová, Tupã, Jesus, Maomé...
Maomé, Jesus, Tupã, Jeová, Oxalá
E tantos mais.
Sons diferentes, sim, para sonhos iguais.
sexta-feira, 6 de novembro de 2015
quarta-feira, 29 de abril de 2015
Pedro saiu no seu barco
Seis horas da tarde.
Passou toda a noite,
Não veio na hora do sol raiar.
Deram com o corpo de Pedro
Jogado na praia,
Roído de peixe,
Sem barco, sem nada,
Num canto bem longe lá do arraial.
Pobre Rosinha de Chica,
Que era bonita,
Agora parece
Que endoideceu:
Vive na beira da praia
Olhando pras ondas,
Andando,
Rondando,
Dizendo baixinho:
- Morreu, morreu...
Seis horas da tarde.
Passou toda a noite,
Não veio na hora do sol raiar.
Deram com o corpo de Pedro
Jogado na praia,
Roído de peixe,
Sem barco, sem nada,
Num canto bem longe lá do arraial.
Pobre Rosinha de Chica,
Que era bonita,
Agora parece
Que endoideceu:
Vive na beira da praia
Olhando pras ondas,
Andando,
Rondando,
Dizendo baixinho:
- Morreu, morreu...
terça-feira, 7 de abril de 2015
terça-feira, 31 de março de 2015
Neste dia 31 de março fiquei com vontade de citar as escrituras.
As civis, não as religiosas.
Peguemos um artigo da Constituição Federal do Brasil a esmo:
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
Defesa da Pátria, garantia da lei e da ordem.
Esta Pátria está vivendo um momento de lei e de ordem?
As civis, não as religiosas.
Peguemos um artigo da Constituição Federal do Brasil a esmo:
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
Defesa da Pátria, garantia da lei e da ordem.
Esta Pátria está vivendo um momento de lei e de ordem?
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
sábado, 17 de janeiro de 2015
Será que sou lento por ser triste,
Porque tudo julgo inútil e vão,
E em terras de sol nada mais me assiste
Que uma sombra aquém da imensidão?
Ou será que sou triste por ser lento,
Porque nunca me lanço ao vasto mundo?
Só Lisboa junto ao Tejo é meu intento
Onde anônimo, como sempre, me afundo.
Não seria melhor seguir à deriva
P'las vielas escuras da Mouraria?
Lá encontro muitos como eu, sem via;
Os que vivem sem amor, fé, e alegria...
Porque tudo julgo inútil e vão,
E em terras de sol nada mais me assiste
Que uma sombra aquém da imensidão?
Ou será que sou triste por ser lento,
Porque nunca me lanço ao vasto mundo?
Só Lisboa junto ao Tejo é meu intento
Onde anônimo, como sempre, me afundo.
Não seria melhor seguir à deriva
P'las vielas escuras da Mouraria?
Lá encontro muitos como eu, sem via;
Os que vivem sem amor, fé, e alegria...
terça-feira, 28 de outubro de 2014
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Samir não é um homem materialista. Ele gosta do que é bom, seja caro ou barato, mas não é um homem materialista.
Por muito tempo Samir sentiu raiva de Allah, por privar-lhe do que para outras pessoas é tão fácil conseguir.
Mas, agora, Samir está em paz com Allah. Já não sente raiva, nem ressentimento.
Afinal, como Allah poderia lhe dar essas coisas?
Por muito tempo Samir sentiu raiva de Allah, por privar-lhe do que para outras pessoas é tão fácil conseguir.
Mas, agora, Samir está em paz com Allah. Já não sente raiva, nem ressentimento.
Afinal, como Allah poderia lhe dar essas coisas?
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
Aquela acácia amarela
Que a minha casa tem,
Aquela casa direita
Que é tão justa e perfeita
Onde eu me sinto tão bem.
Sou um feliz operário
Onde aumento de salário
Não tem luta nem discórdia.
Ali o mal é submerso
E o Grande Arquiteto do Universo
É harmonia, é concórdia...
É harmonia, é concórdia...
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
domingo, 27 de julho de 2014
domingo, 13 de julho de 2014
domingo, 6 de julho de 2014
quinta-feira, 19 de junho de 2014
sexta-feira, 23 de maio de 2014
sábado, 17 de maio de 2014
sexta-feira, 16 de maio de 2014
Ela me deu o seu amor. Eu tomei.
No dia 16 de maio viajei.
Espaçonave, atropelado, procurei
O meu amor aperreado.
Apenas apanhei na beira-mar
Um táxi pra estação lunar.
Poucas pessoas podem relatar a data da própria morte. Eu sou uma delas.
Há exatos dezessete anos eu deixei minha vida, a vida que eu havia planejado por anos, a vida que eu havia perseguido com muitos sacrifícios - meus e principalmente de outras pessoas que confiaram em mim.
Saí dessa vida pela porta da frente, voluntariamente, à noite, uma noite escura como o futuro que me aguardava do outro lado.
Mergulhei no fracasso, exilei-me dos sonhos da juventude.
Fui fraco.
Apenas isso.
No dia 16 de maio viajei.
Espaçonave, atropelado, procurei
O meu amor aperreado.
Apenas apanhei na beira-mar
Um táxi pra estação lunar.
Poucas pessoas podem relatar a data da própria morte. Eu sou uma delas.
Há exatos dezessete anos eu deixei minha vida, a vida que eu havia planejado por anos, a vida que eu havia perseguido com muitos sacrifícios - meus e principalmente de outras pessoas que confiaram em mim.
Saí dessa vida pela porta da frente, voluntariamente, à noite, uma noite escura como o futuro que me aguardava do outro lado.
Mergulhei no fracasso, exilei-me dos sonhos da juventude.
Fui fraco.
Apenas isso.
terça-feira, 13 de maio de 2014
Hoje é 13 de maio, dia em que se comemora - ou se deveria comemorar - o fim da escravidão no Brasil.
Mas não se comemora porque quase ninguém se lembra desta e de outras datas cívicas.
Não se comemora porque grande parte do povo ainda se sente escravo: acorda muito cedo, dorme muito tarde, trabalha seis ou sete dias por semana, utiliza meios de transporte que aviltam aqueles que deles necessitam, alimenta-se mal e vê seu governo desperdiçando seu dinheiro de tributos.
Não se comemora porque aqueles que comandam a mentalidade da massa têm outras prioridades: Copa do Mundo, eleições, programas de rádio e televisão que jogam bobagens na cara dos ouvintes/telespectadores, etc.
Em honra da Liberdade, deixo aqui um excerto de O Navio Negreiro (Tragédia no Mar), do grande Castro Alves, que morreu moço, aos 24 anos, deixando essa e outras obras magistrais:
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...
São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão...
São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.
Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus, ó choça do monte,
... Adeus, palmeiras da fonte!...
... Adeus, amores... adeus!...
Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer.
Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...
Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades! Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...
Mas não se comemora porque quase ninguém se lembra desta e de outras datas cívicas.
Não se comemora porque grande parte do povo ainda se sente escravo: acorda muito cedo, dorme muito tarde, trabalha seis ou sete dias por semana, utiliza meios de transporte que aviltam aqueles que deles necessitam, alimenta-se mal e vê seu governo desperdiçando seu dinheiro de tributos.
Não se comemora porque aqueles que comandam a mentalidade da massa têm outras prioridades: Copa do Mundo, eleições, programas de rádio e televisão que jogam bobagens na cara dos ouvintes/telespectadores, etc.
Em honra da Liberdade, deixo aqui um excerto de O Navio Negreiro (Tragédia no Mar), do grande Castro Alves, que morreu moço, aos 24 anos, deixando essa e outras obras magistrais:
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...
São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão...
São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.
Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus, ó choça do monte,
... Adeus, palmeiras da fonte!...
... Adeus, amores... adeus!...
Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer.
Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...
Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades! Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...
quarta-feira, 23 de abril de 2014
Há uma iniciativa em curso que há algum tempo chama minha atenção. Chama-se Mars One (Marte Um).
Trata-se de um projeto que tem por meta estabelecer uma colônia humana em Marte até 2024. A base será construída remotamente nos próximos anos, criando pouco a pouco um ambiente (de espaço muito restrito) que suporte a vida de humanos, que atuarão como pesquisadores das condições marcianas.
Um ponto interessante do projeto é que ele não é financiado por nenhum organismo governamental, de modo que não haja ingerência de nenhum governo sobre a colônia.
Outra característica é o recrutamento de voluntários que serão treinados para a missão, cientes de que terão uma viagem só de ida (one way astronaut), devido à inviabilidade técnica e financeira de enviar uma nave para resgatar os exploradores.
A base receberá quatro novos integrantes a cada dois anos; cada grupo aumentará a força de trabalho responsável pela ampliação das instalações, preparando a base para receber a leva seguinte.
Os exploradores enfrentarão, após os oito anos de treinamento na Terra, uma viagem que deve levar de sete a oito meses em uma nave relativamente minúscula, para em seguida passar possivelmente o resto de suas vidas em um ambiente que disponibilizará cerca de 50 m² por pessoa.
Naturalmente, nenhum deles poderá rever pessoalmente seus parentes e amigos, se os possuírem; contudo, acredita-se que será possível a comunicação frequente com a Terra, com todas as limitações tecnológicas existentes.
Horrível? Pode ser, em alguns aspectos. Mas lembremos que não é a primeira vez que nossa espécie se lança em uma viagem sem retorno para um mundo desconhecido e perigoso. Aliás, hoje estamos em todos os continentes do mundo porque nossos antepassados abriram mão do que já conheciam e arriscaram tudo através de oceanos, desertos e selvas.
Sobre o Mars One, não sei se se trata de um delírio de cientistas e investidores entusiastas, de um golpe publicitário ou estelionatário ou de um projeto sério que pode vir a ser um dos maiores eventos históricos da humanidade. Mas creio que não precisaremos esperar muito para descobrir.
terça-feira, 8 de abril de 2014
terça-feira, 1 de abril de 2014
50 anos atrás...
Às vezes dizem que sou a favor da ditadura. De forma nenhuma. Sou totalmente contra a ditadura, de uma forma geral. Inclusive sou contra essa ditadura que nos obriga a participar do processo eleitoral, a sair de casa a cada dois anos, em um domingo, para votar em alguém ou até mesmo (veja o absurdo) para não votar em alguém.
Certa vez ouvi uma juíza eleitoral tentar explicar a alguém por que o voto ainda é obrigatório no Brasil. Segundo a magistrada, o povo brasileiro ainda não possui maturidade suficiente para que o voto seja facultativo, como ocorre em tantos países. Sinceramente, até hoje tento entender o que ela quis dizer com isso.
Não ataco aqui o direito ao voto. Sou contra o "dever" de voto. A liberdade de voto, para ser plenamente exercida, precisa ser livre. É óbvio. Onde está a liberdade quando o Estado estabelece sanções para quem não exerce seu "direito"?
Nos idos dos anos 60 do século passado o regime militar contava a versão governista da história; hoje, meio século depois, só se vê a versão oposicionista da história, uma vez que os antigos perseguidos políticos hoje ocupam expressiva fração do governo e controlam boa parte dos veículos de comunicação. Inshallah daqui a mais 50 anos possamos reler esse episódio com frieza histórica e objetividade científica.
O fato inegável é que ambos os lados cometeram abusos e excessos. O povo ficou no meio de uma luta que não era dele. Digo e repito: uma luta que não era do povo brasileiro. De um lado tivemos os interesses de capitalistas estrangeiros defendidos com brutalidade e truculência pelos agentes da ditadura; de outro tivemos a doutrina da tirânica União Soviética sendo imposta através das armas e do terrorismo ao nosso povo, tão amigo da paz.
Os defensores dos repressores estatais dirão que eles seguiam ordens, que estavam agindo de acordo com o ordenamento jurídico vigente. Os dos guerrilheiros comunistas alegarão que estes defendiam a liberdade social e a volta ao estado de legalidade. É muito difícil para nós, que somos de uma geração que não viveu os prelúdios do Golpe de 1964, julgar o passado. Falta-nos a experiência do momento, do contexto social.
O que é de fácil apreensão é que ocorreram desmandos por parte dos agentes públicos, em todas as esferas, em todos os escalões. Claro que não falo de todos os agentes. Falo dos desonestos, dos gananciosos, dos inescrupulosos.
Também é impossível não perceber que a luta pela liberdade engendrada pelos militantes de esquerda foi uma falácia cínica, que encobria a tentativa furiosa de impor aos brasileiros uma outra ditadura, que talvez fosse mesmo mais cruel que a existente então, em nome de uma ideologia utópica que nunca teve sucesso em qualquer lugar onde tenha sido implantada. Não é necessário ser historiador, cientista político, sociólogo ou ter qualquer outra formação acadêmica para saber que todos os países que adotaram o socialismo ou o comunismo foram ou são ditaduras, mostrando que o regime esquerdista não se sustenta em uma democracia.
Tenho a impressão de que se os militares não tivessem se insurgido, hoje muitas vozes estariam protestando contra a ditadura comunista brasileira. Isso se fosse possível protestar.
Às vezes dizem que sou a favor da ditadura. De forma nenhuma. Sou totalmente contra a ditadura, de uma forma geral. Inclusive sou contra essa ditadura que nos obriga a participar do processo eleitoral, a sair de casa a cada dois anos, em um domingo, para votar em alguém ou até mesmo (veja o absurdo) para não votar em alguém.
Certa vez ouvi uma juíza eleitoral tentar explicar a alguém por que o voto ainda é obrigatório no Brasil. Segundo a magistrada, o povo brasileiro ainda não possui maturidade suficiente para que o voto seja facultativo, como ocorre em tantos países. Sinceramente, até hoje tento entender o que ela quis dizer com isso.
Não ataco aqui o direito ao voto. Sou contra o "dever" de voto. A liberdade de voto, para ser plenamente exercida, precisa ser livre. É óbvio. Onde está a liberdade quando o Estado estabelece sanções para quem não exerce seu "direito"?
Nos idos dos anos 60 do século passado o regime militar contava a versão governista da história; hoje, meio século depois, só se vê a versão oposicionista da história, uma vez que os antigos perseguidos políticos hoje ocupam expressiva fração do governo e controlam boa parte dos veículos de comunicação. Inshallah daqui a mais 50 anos possamos reler esse episódio com frieza histórica e objetividade científica.
O fato inegável é que ambos os lados cometeram abusos e excessos. O povo ficou no meio de uma luta que não era dele. Digo e repito: uma luta que não era do povo brasileiro. De um lado tivemos os interesses de capitalistas estrangeiros defendidos com brutalidade e truculência pelos agentes da ditadura; de outro tivemos a doutrina da tirânica União Soviética sendo imposta através das armas e do terrorismo ao nosso povo, tão amigo da paz.
Os defensores dos repressores estatais dirão que eles seguiam ordens, que estavam agindo de acordo com o ordenamento jurídico vigente. Os dos guerrilheiros comunistas alegarão que estes defendiam a liberdade social e a volta ao estado de legalidade. É muito difícil para nós, que somos de uma geração que não viveu os prelúdios do Golpe de 1964, julgar o passado. Falta-nos a experiência do momento, do contexto social.
O que é de fácil apreensão é que ocorreram desmandos por parte dos agentes públicos, em todas as esferas, em todos os escalões. Claro que não falo de todos os agentes. Falo dos desonestos, dos gananciosos, dos inescrupulosos.
Também é impossível não perceber que a luta pela liberdade engendrada pelos militantes de esquerda foi uma falácia cínica, que encobria a tentativa furiosa de impor aos brasileiros uma outra ditadura, que talvez fosse mesmo mais cruel que a existente então, em nome de uma ideologia utópica que nunca teve sucesso em qualquer lugar onde tenha sido implantada. Não é necessário ser historiador, cientista político, sociólogo ou ter qualquer outra formação acadêmica para saber que todos os países que adotaram o socialismo ou o comunismo foram ou são ditaduras, mostrando que o regime esquerdista não se sustenta em uma democracia.
Tenho a impressão de que se os militares não tivessem se insurgido, hoje muitas vozes estariam protestando contra a ditadura comunista brasileira. Isso se fosse possível protestar.
domingo, 30 de março de 2014
Por que o Batman é meu super-herói favorito?
Em primeiro lugar, não acho que ele seja um "super"-herói. Alguns personagens são alienígenas, outros possuem poderes divinos, outros são mutantes congênitos ou em decorrência de algum acidente ou experiência científica.
O Batman, no entanto, não veio de outro planeta, não foi agraciado pelos deuses com poderes sobrenaturais, tampouco foi objeto de algum experimento.
Os "superpoderes" dele são realistas: dinheiro (muito), tecnologia e disciplina.
Bruce Wayne poderia ter sido apenas mais um milionário vivendo em mais uma sociedade ameaçada por um governo corrupto, amparado por uma polícia altamente corrupta. Ele poderia ter-se omitido, poderia ter-se corrompido, mas optou por ir para a guerra. E o que moldou seu caráter na primeira fase de sua infância foi a educação que recebeu de seus pais. Quando esses foram assassinados ele poderia ter-se tornado mais um jovem revoltado e usuário de drogas, poderia ter dissipado a fortuna herdada, mas o que norteou seu comportamento nessa nova fase de sua vida foram o ensinamentos morais recebidos de seus pais.
Mas não foi só isso. Após a tragédia que o deixou órfão de pai e mãe, surgiu a figura discreta mas fortemente influente de seu tutor e mordomo da família, Alfred, um homem de passado misterioso, sagaz e de caráter inabalável, que ficou responsável por sua educação e foi fundamental para a criação do personagem Homem-Morcego.
A história do Batman, na minha forma de ver, traz essas lições: a possibilidade de se manter fiel aos valores morais, quando quase tudo e quase todos à sua volta estão corrompidos; a importância da educação recebida no seio da família, como o principal determinante das escolhas do indivíduo diante dos golpes da vida; a capacidade de adaptar o meio e os recursos à sua missão pessoal; a necessidade de uma disciplina espartana para se atingir um objetivo aparentemente inatingível; e finalmente o desprendimento de quem coloca as necessidades da coletividade acima de suas próprias conveniências.
Em primeiro lugar, não acho que ele seja um "super"-herói. Alguns personagens são alienígenas, outros possuem poderes divinos, outros são mutantes congênitos ou em decorrência de algum acidente ou experiência científica.
O Batman, no entanto, não veio de outro planeta, não foi agraciado pelos deuses com poderes sobrenaturais, tampouco foi objeto de algum experimento.
Os "superpoderes" dele são realistas: dinheiro (muito), tecnologia e disciplina.
Bruce Wayne poderia ter sido apenas mais um milionário vivendo em mais uma sociedade ameaçada por um governo corrupto, amparado por uma polícia altamente corrupta. Ele poderia ter-se omitido, poderia ter-se corrompido, mas optou por ir para a guerra. E o que moldou seu caráter na primeira fase de sua infância foi a educação que recebeu de seus pais. Quando esses foram assassinados ele poderia ter-se tornado mais um jovem revoltado e usuário de drogas, poderia ter dissipado a fortuna herdada, mas o que norteou seu comportamento nessa nova fase de sua vida foram o ensinamentos morais recebidos de seus pais.
Mas não foi só isso. Após a tragédia que o deixou órfão de pai e mãe, surgiu a figura discreta mas fortemente influente de seu tutor e mordomo da família, Alfred, um homem de passado misterioso, sagaz e de caráter inabalável, que ficou responsável por sua educação e foi fundamental para a criação do personagem Homem-Morcego.
A história do Batman, na minha forma de ver, traz essas lições: a possibilidade de se manter fiel aos valores morais, quando quase tudo e quase todos à sua volta estão corrompidos; a importância da educação recebida no seio da família, como o principal determinante das escolhas do indivíduo diante dos golpes da vida; a capacidade de adaptar o meio e os recursos à sua missão pessoal; a necessidade de uma disciplina espartana para se atingir um objetivo aparentemente inatingível; e finalmente o desprendimento de quem coloca as necessidades da coletividade acima de suas próprias conveniências.
quarta-feira, 26 de março de 2014
sexta-feira, 7 de março de 2014
Além da minha triste sobrevivência
Eu tento entender a razão da minha existência.
Por que que eu nasci?
Por que tô aqui?
Um penetra no inferno sem lugar pra fugir.
Vivo na solidão mas não tenho privacidade
E não conheço a sensação de ter um lar de verdade.
Eu sei que eu não tenho ninguém pra dividir o barraco comigo
Mas eu queria morar numa favela, amigo...
Eu tento entender a razão da minha existência.
Por que que eu nasci?
Por que tô aqui?
Um penetra no inferno sem lugar pra fugir.
Vivo na solidão mas não tenho privacidade
E não conheço a sensação de ter um lar de verdade.
Eu sei que eu não tenho ninguém pra dividir o barraco comigo
Mas eu queria morar numa favela, amigo...
domingo, 23 de fevereiro de 2014
Uma notícia, do último dia 17, que ilustra como as coisas estão fora dos eixos no mundo:
Um pai, no que pareceu ser um surto psicótico, após espancar a esposa (deixando-a em estado grave), agarrou o filho de seis anos e saltou com ele da sacada do apartamento localizado no 13º andar de um prédio em Osasco/SP. Ambos morreram.
Os vizinhos dizem que o menino (que tinha feito aniversário dois dias antes), já no parapeito da sacada, implorava ao pai para não matá-lo.
Eu tento imaginar qual foi a motivação desse homem. O que poderia ter passado pela cabeça dele que desse sentido a ele matar o próprio filho e a si mesmo, sob o olhar impotente da mãe da criança? Mas ninguém terá essa resposta...
Um pai, no que pareceu ser um surto psicótico, após espancar a esposa (deixando-a em estado grave), agarrou o filho de seis anos e saltou com ele da sacada do apartamento localizado no 13º andar de um prédio em Osasco/SP. Ambos morreram.
Os vizinhos dizem que o menino (que tinha feito aniversário dois dias antes), já no parapeito da sacada, implorava ao pai para não matá-lo.
Eu tento imaginar qual foi a motivação desse homem. O que poderia ter passado pela cabeça dele que desse sentido a ele matar o próprio filho e a si mesmo, sob o olhar impotente da mãe da criança? Mas ninguém terá essa resposta...
sábado, 21 de dezembro de 2013
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
O grande Alexandre, o Grande, Alexandre
Conquistou o Egito e a Pérsia.
Fundou cidades, cortou o nó górdio, foi grande.
Se embriagou de poder, alto e fundo, fundando o nosso mundo.
Foi generoso e malvado, magnânimo e cruel.
Casou com uma persa, misturando raças; mudou-nos terra, céu e mar.
Morreu muito moço, mas antes se impôs do Punjab a Gilbraltar.
Conquistou o Egito e a Pérsia.
Fundou cidades, cortou o nó górdio, foi grande.
Se embriagou de poder, alto e fundo, fundando o nosso mundo.
Foi generoso e malvado, magnânimo e cruel.
Casou com uma persa, misturando raças; mudou-nos terra, céu e mar.
Morreu muito moço, mas antes se impôs do Punjab a Gilbraltar.
sábado, 14 de dezembro de 2013
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
Samir caminhava pelo mercado, numa sexta-feira, após as orações, quando um idoso lhe gritou:
- Ateu!
Samir retrucou, manso, porém indignado:
- Não sou ateu. Acredito na existência de Deus.
- Então por que não o veio adorar hoje?
Samir pensou um pouco, e respondeu:
- Não acho que ele tenha sentido minha falta...
... Ele não gosta muito de mim.
- Ateu!
Samir retrucou, manso, porém indignado:
- Não sou ateu. Acredito na existência de Deus.
- Então por que não o veio adorar hoje?
Samir pensou um pouco, e respondeu:
- Não acho que ele tenha sentido minha falta...
... Ele não gosta muito de mim.
domingo, 24 de novembro de 2013
Tornei-me ateu?
Quando comecei este blog eu acreditava na força divina que regeria toda a existência, a quem chamam por muitos nomes, às vezes considerada una, às vezes manifestando-se em múltiplas entidades. Ou melhor, achava possível sua existência. E qual humano nunca sonhou com essa idéia que dá sentido a um universo tantas vezes sem sentido?
Mas o tempo foi passando, fui sentindo cada vez mais a pressão da vida - algumas vezes insuportável -, e percebi que os resultados vêm conforme meu esforço. Então, onde Deus (a Divindade, de uma forma geral) entra nessa história?
Não sei. Essa é a resposta mais sincera que consigo dar no momento. Minhas orações não costumam ser atendidas (ou antes, às vezes até são atendidas, mas em uma porcentagem tão baixa que não posso considerar essa "Providência" mais do que obra do acaso ou de meu próprio esforço).
Acho estranho quando, por exemplo, a vida de alguém é salva numa mesa de cirurgia e alguém diz: graças a Deus! Acho que essa frase é um desrespeito à equipe cirúrgica que trabalhou por horas no paciente, aos cientistas que desenvolveram todos os equipamentos, medicamentos e técnicas utilizados na cirurgia, àqueles que direta ou indiretamente investiram tempo, esforço e dinheiro para que aquele "milagre" pudesse ser realizado. Quando algo ruim acontece, seja por obra humana ou da fortuna, dificilmente alguém diz: foi culpa de Deus! Mas se Deus é onipresente e onipotente, se rege tudo e todos, não é justo que além dos méritos ele também receba os deméritos?
Aí inventaram o livre-arbítrio, que explicaria por que coisas ruins aconteciam com pessoas boas, por exemplo. Posso estar errado, claro, mas o livre-arbítrio, que é o reconhecimento da liberdade de escolhas por nós, seres viventes, diante do determinismo natural ou divino, não faz toda oração, todo pedido por uma intervenção divina, perder o sentido?
Eu sempre acreditei que qualquer teoria incorre em erro quando começa a ficar complicada. A Verdade sempre é simples. Muitas religiões criaram teorias exageradamente complexas para explicar por que as coisas são como são. Essas teorias na maior parte das vezes, se não em sua totalidade, parecem visar a defesa de Deus ou dos deuses e de seus atos, como se a Divindade precisasse de advogados diante do juízo humano. Se existe uma Divindade que liga todas as coisas do universo, não creio que ela se importe em justificar suas ações para quem quer que seja.
Falando em religiões, creio que a base de todas as religiões que já foram criadas é só uma: o medo da morte. Ou melhor, não o medo da morte, propriamente, mas o medo de deixar de existir, de perder o que acumulamos (em termos de conhecimentos) durante toda a vida. Todas as religiões dizem que a alma, após a morte do corpo, vai para algum lugar. Nenhuma religião admite que a consciência se extinga com o fim do corpo. E é compreensível. Desde que comecei a pensar na morte, ainda em minha juventude, passei a ter um grande medo de deixar de existir e de que as pessoas que amo também um dia deixem de existir. Se eu conhecesse uma religião que apresentasse provas incontestáveis, objetivas e lógicas da existência eterna de nossa consciência eu a adotaria. Sem nenhuma dúvida.
Quando comecei este blog eu acreditava na força divina que regeria toda a existência, a quem chamam por muitos nomes, às vezes considerada una, às vezes manifestando-se em múltiplas entidades. Ou melhor, achava possível sua existência. E qual humano nunca sonhou com essa idéia que dá sentido a um universo tantas vezes sem sentido?
Mas o tempo foi passando, fui sentindo cada vez mais a pressão da vida - algumas vezes insuportável -, e percebi que os resultados vêm conforme meu esforço. Então, onde Deus (a Divindade, de uma forma geral) entra nessa história?
Não sei. Essa é a resposta mais sincera que consigo dar no momento. Minhas orações não costumam ser atendidas (ou antes, às vezes até são atendidas, mas em uma porcentagem tão baixa que não posso considerar essa "Providência" mais do que obra do acaso ou de meu próprio esforço).
Acho estranho quando, por exemplo, a vida de alguém é salva numa mesa de cirurgia e alguém diz: graças a Deus! Acho que essa frase é um desrespeito à equipe cirúrgica que trabalhou por horas no paciente, aos cientistas que desenvolveram todos os equipamentos, medicamentos e técnicas utilizados na cirurgia, àqueles que direta ou indiretamente investiram tempo, esforço e dinheiro para que aquele "milagre" pudesse ser realizado. Quando algo ruim acontece, seja por obra humana ou da fortuna, dificilmente alguém diz: foi culpa de Deus! Mas se Deus é onipresente e onipotente, se rege tudo e todos, não é justo que além dos méritos ele também receba os deméritos?
Aí inventaram o livre-arbítrio, que explicaria por que coisas ruins aconteciam com pessoas boas, por exemplo. Posso estar errado, claro, mas o livre-arbítrio, que é o reconhecimento da liberdade de escolhas por nós, seres viventes, diante do determinismo natural ou divino, não faz toda oração, todo pedido por uma intervenção divina, perder o sentido?
Eu sempre acreditei que qualquer teoria incorre em erro quando começa a ficar complicada. A Verdade sempre é simples. Muitas religiões criaram teorias exageradamente complexas para explicar por que as coisas são como são. Essas teorias na maior parte das vezes, se não em sua totalidade, parecem visar a defesa de Deus ou dos deuses e de seus atos, como se a Divindade precisasse de advogados diante do juízo humano. Se existe uma Divindade que liga todas as coisas do universo, não creio que ela se importe em justificar suas ações para quem quer que seja.
Falando em religiões, creio que a base de todas as religiões que já foram criadas é só uma: o medo da morte. Ou melhor, não o medo da morte, propriamente, mas o medo de deixar de existir, de perder o que acumulamos (em termos de conhecimentos) durante toda a vida. Todas as religiões dizem que a alma, após a morte do corpo, vai para algum lugar. Nenhuma religião admite que a consciência se extinga com o fim do corpo. E é compreensível. Desde que comecei a pensar na morte, ainda em minha juventude, passei a ter um grande medo de deixar de existir e de que as pessoas que amo também um dia deixem de existir. Se eu conhecesse uma religião que apresentasse provas incontestáveis, objetivas e lógicas da existência eterna de nossa consciência eu a adotaria. Sem nenhuma dúvida.
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
terça-feira, 17 de setembro de 2013
domingo, 15 de setembro de 2013
sábado, 7 de setembro de 2013
E os baderneiros conseguiram estragar o aniversário da nação brasileira.
A data máxima do Brasil, sempre comemorada com a beleza do desfile cívico, onde a parada militar e o desfile das mais diversas entidades civis nacionais relembram à nação a importância de ser independente e soberana, neste ano foi maculada em várias cidades pela atitude de uma multidão de ignorantes raivosos que não conseguem entender que o país não se tornará mais civilizado com atitudes bárbaras de depredação, vandalismo e desrespeito às leis e à autoridade constituída.
Feliz aniversário, Brasil.
A data máxima do Brasil, sempre comemorada com a beleza do desfile cívico, onde a parada militar e o desfile das mais diversas entidades civis nacionais relembram à nação a importância de ser independente e soberana, neste ano foi maculada em várias cidades pela atitude de uma multidão de ignorantes raivosos que não conseguem entender que o país não se tornará mais civilizado com atitudes bárbaras de depredação, vandalismo e desrespeito às leis e à autoridade constituída.
Feliz aniversário, Brasil.
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
No sábado, então, às duas horas,
Todo o povo, sem demora,
Foi lá só pra assistir
Um homem que atirava pelas costas
E acertou o Santo Cristo
E começou a sorrir.
Sentindo o sangue na garganta,
João olhou pras bandeirinhas
E pro povo a aplaudir,
E olhou pro sorveteiro
E pras câmeras e a gente da TV que filmava tudo ali.
E se lembrou de quando era uma criança
E de tudo o que vivera até ali,
E decidiu entrar de vez naquela dança
- Se a "Via Crucis" virou circo, estou aqui.
E nisso o sol cegou seus olhos
E então Maria Lúcia ele reconheceu;
Ela trazia a Winchester 22,
A arma que seu primo Pablo lhe deu.
Acabei de perceber que, talvez, no final de "Faroeste Caboclo", o protagonista João de Santo Cristo estivesse tendo alucinações, enquanto morria. No momento em que foi acertado pelas costas, mesmo com o sol lhe cegando os olhos, ele conseguiu reconhecer sua ex-noiva, Maria Lúcia? A mesma que o tinha abandonado para ficar com seu inimigo (inclusive engravidando deste), que agora, milagrosamente, aparecia para lhe trazer a Winchester 22, dando ao protagonista a oportunidade de matar seu assassino antes que ele mesmo morresse?
Acho possível que, naquela mistura de perda de sangue, sol forte e humilhação pública, João estivesse "vendo" o que queria: seu inimigo morto, sua amada se arrependendo da traição e morrendo junto a si. Quando ele decidiu entrar de vez naquela dança, quando ele se entregou à morte, sua mente criou uma realidade mais aceitável em seus últimos segundos de vida.
Essa alucinação implícita aumenta ainda mais a carga dramática dessa canção.
Todo o povo, sem demora,
Foi lá só pra assistir
Um homem que atirava pelas costas
E acertou o Santo Cristo
E começou a sorrir.
Sentindo o sangue na garganta,
João olhou pras bandeirinhas
E pro povo a aplaudir,
E olhou pro sorveteiro
E pras câmeras e a gente da TV que filmava tudo ali.
E se lembrou de quando era uma criança
E de tudo o que vivera até ali,
E decidiu entrar de vez naquela dança
- Se a "Via Crucis" virou circo, estou aqui.
E nisso o sol cegou seus olhos
E então Maria Lúcia ele reconheceu;
Ela trazia a Winchester 22,
A arma que seu primo Pablo lhe deu.
Acabei de perceber que, talvez, no final de "Faroeste Caboclo", o protagonista João de Santo Cristo estivesse tendo alucinações, enquanto morria. No momento em que foi acertado pelas costas, mesmo com o sol lhe cegando os olhos, ele conseguiu reconhecer sua ex-noiva, Maria Lúcia? A mesma que o tinha abandonado para ficar com seu inimigo (inclusive engravidando deste), que agora, milagrosamente, aparecia para lhe trazer a Winchester 22, dando ao protagonista a oportunidade de matar seu assassino antes que ele mesmo morresse?
Acho possível que, naquela mistura de perda de sangue, sol forte e humilhação pública, João estivesse "vendo" o que queria: seu inimigo morto, sua amada se arrependendo da traição e morrendo junto a si. Quando ele decidiu entrar de vez naquela dança, quando ele se entregou à morte, sua mente criou uma realidade mais aceitável em seus últimos segundos de vida.
Essa alucinação implícita aumenta ainda mais a carga dramática dessa canção.
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
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