Cinco dias esperando pelo fim de semana.
Dois dias pensando que a segunda-feira já vem.
Tem alguma coisa errada nisso.
domingo, 27 de julho de 2014
domingo, 13 de julho de 2014
domingo, 6 de julho de 2014
quinta-feira, 19 de junho de 2014
sexta-feira, 23 de maio de 2014
sábado, 17 de maio de 2014
sexta-feira, 16 de maio de 2014
Ela me deu o seu amor. Eu tomei.
No dia 16 de maio viajei.
Espaçonave, atropelado, procurei
O meu amor aperreado.
Apenas apanhei na beira-mar
Um táxi pra estação lunar.
Poucas pessoas podem relatar a data da própria morte. Eu sou uma delas.
Há exatos dezessete anos eu deixei minha vida, a vida que eu havia planejado por anos, a vida que eu havia perseguido com muitos sacrifícios - meus e principalmente de outras pessoas que confiaram em mim.
Saí dessa vida pela porta da frente, voluntariamente, à noite, uma noite escura como o futuro que me aguardava do outro lado.
Mergulhei no fracasso, exilei-me dos sonhos da juventude.
Fui fraco.
Apenas isso.
No dia 16 de maio viajei.
Espaçonave, atropelado, procurei
O meu amor aperreado.
Apenas apanhei na beira-mar
Um táxi pra estação lunar.
Poucas pessoas podem relatar a data da própria morte. Eu sou uma delas.
Há exatos dezessete anos eu deixei minha vida, a vida que eu havia planejado por anos, a vida que eu havia perseguido com muitos sacrifícios - meus e principalmente de outras pessoas que confiaram em mim.
Saí dessa vida pela porta da frente, voluntariamente, à noite, uma noite escura como o futuro que me aguardava do outro lado.
Mergulhei no fracasso, exilei-me dos sonhos da juventude.
Fui fraco.
Apenas isso.
terça-feira, 13 de maio de 2014
Hoje é 13 de maio, dia em que se comemora - ou se deveria comemorar - o fim da escravidão no Brasil.
Mas não se comemora porque quase ninguém se lembra desta e de outras datas cívicas.
Não se comemora porque grande parte do povo ainda se sente escravo: acorda muito cedo, dorme muito tarde, trabalha seis ou sete dias por semana, utiliza meios de transporte que aviltam aqueles que deles necessitam, alimenta-se mal e vê seu governo desperdiçando seu dinheiro de tributos.
Não se comemora porque aqueles que comandam a mentalidade da massa têm outras prioridades: Copa do Mundo, eleições, programas de rádio e televisão que jogam bobagens na cara dos ouvintes/telespectadores, etc.
Em honra da Liberdade, deixo aqui um excerto de O Navio Negreiro (Tragédia no Mar), do grande Castro Alves, que morreu moço, aos 24 anos, deixando essa e outras obras magistrais:
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...
São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão...
São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.
Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus, ó choça do monte,
... Adeus, palmeiras da fonte!...
... Adeus, amores... adeus!...
Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer.
Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...
Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades! Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...
Mas não se comemora porque quase ninguém se lembra desta e de outras datas cívicas.
Não se comemora porque grande parte do povo ainda se sente escravo: acorda muito cedo, dorme muito tarde, trabalha seis ou sete dias por semana, utiliza meios de transporte que aviltam aqueles que deles necessitam, alimenta-se mal e vê seu governo desperdiçando seu dinheiro de tributos.
Não se comemora porque aqueles que comandam a mentalidade da massa têm outras prioridades: Copa do Mundo, eleições, programas de rádio e televisão que jogam bobagens na cara dos ouvintes/telespectadores, etc.
Em honra da Liberdade, deixo aqui um excerto de O Navio Negreiro (Tragédia no Mar), do grande Castro Alves, que morreu moço, aos 24 anos, deixando essa e outras obras magistrais:
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...
São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão...
São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.
Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus, ó choça do monte,
... Adeus, palmeiras da fonte!...
... Adeus, amores... adeus!...
Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer.
Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...
Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades! Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...
quarta-feira, 23 de abril de 2014
Há uma iniciativa em curso que há algum tempo chama minha atenção. Chama-se Mars One (Marte Um).
Trata-se de um projeto que tem por meta estabelecer uma colônia humana em Marte até 2024. A base será construída remotamente nos próximos anos, criando pouco a pouco um ambiente (de espaço muito restrito) que suporte a vida de humanos, que atuarão como pesquisadores das condições marcianas.
Um ponto interessante do projeto é que ele não é financiado por nenhum organismo governamental, de modo que não haja ingerência de nenhum governo sobre a colônia.
Outra característica é o recrutamento de voluntários que serão treinados para a missão, cientes de que terão uma viagem só de ida (one way astronaut), devido à inviabilidade técnica e financeira de enviar uma nave para resgatar os exploradores.
A base receberá quatro novos integrantes a cada dois anos; cada grupo aumentará a força de trabalho responsável pela ampliação das instalações, preparando a base para receber a leva seguinte.
Os exploradores enfrentarão, após os oito anos de treinamento na Terra, uma viagem que deve levar de sete a oito meses em uma nave relativamente minúscula, para em seguida passar possivelmente o resto de suas vidas em um ambiente que disponibilizará cerca de 50 m² por pessoa.
Naturalmente, nenhum deles poderá rever pessoalmente seus parentes e amigos, se os possuírem; contudo, acredita-se que será possível a comunicação frequente com a Terra, com todas as limitações tecnológicas existentes.
Horrível? Pode ser, em alguns aspectos. Mas lembremos que não é a primeira vez que nossa espécie se lança em uma viagem sem retorno para um mundo desconhecido e perigoso. Aliás, hoje estamos em todos os continentes do mundo porque nossos antepassados abriram mão do que já conheciam e arriscaram tudo através de oceanos, desertos e selvas.
Sobre o Mars One, não sei se se trata de um delírio de cientistas e investidores entusiastas, de um golpe publicitário ou estelionatário ou de um projeto sério que pode vir a ser um dos maiores eventos históricos da humanidade. Mas creio que não precisaremos esperar muito para descobrir.
terça-feira, 8 de abril de 2014
terça-feira, 1 de abril de 2014
50 anos atrás...
Às vezes dizem que sou a favor da ditadura. De forma nenhuma. Sou totalmente contra a ditadura, de uma forma geral. Inclusive sou contra essa ditadura que nos obriga a participar do processo eleitoral, a sair de casa a cada dois anos, em um domingo, para votar em alguém ou até mesmo (veja o absurdo) para não votar em alguém.
Certa vez ouvi uma juíza eleitoral tentar explicar a alguém por que o voto ainda é obrigatório no Brasil. Segundo a magistrada, o povo brasileiro ainda não possui maturidade suficiente para que o voto seja facultativo, como ocorre em tantos países. Sinceramente, até hoje tento entender o que ela quis dizer com isso.
Não ataco aqui o direito ao voto. Sou contra o "dever" de voto. A liberdade de voto, para ser plenamente exercida, precisa ser livre. É óbvio. Onde está a liberdade quando o Estado estabelece sanções para quem não exerce seu "direito"?
Nos idos dos anos 60 do século passado o regime militar contava a versão governista da história; hoje, meio século depois, só se vê a versão oposicionista da história, uma vez que os antigos perseguidos políticos hoje ocupam expressiva fração do governo e controlam boa parte dos veículos de comunicação. Inshallah daqui a mais 50 anos possamos reler esse episódio com frieza histórica e objetividade científica.
O fato inegável é que ambos os lados cometeram abusos e excessos. O povo ficou no meio de uma luta que não era dele. Digo e repito: uma luta que não era do povo brasileiro. De um lado tivemos os interesses de capitalistas estrangeiros defendidos com brutalidade e truculência pelos agentes da ditadura; de outro tivemos a doutrina da tirânica União Soviética sendo imposta através das armas e do terrorismo ao nosso povo, tão amigo da paz.
Os defensores dos repressores estatais dirão que eles seguiam ordens, que estavam agindo de acordo com o ordenamento jurídico vigente. Os dos guerrilheiros comunistas alegarão que estes defendiam a liberdade social e a volta ao estado de legalidade. É muito difícil para nós, que somos de uma geração que não viveu os prelúdios do Golpe de 1964, julgar o passado. Falta-nos a experiência do momento, do contexto social.
O que é de fácil apreensão é que ocorreram desmandos por parte dos agentes públicos, em todas as esferas, em todos os escalões. Claro que não falo de todos os agentes. Falo dos desonestos, dos gananciosos, dos inescrupulosos.
Também é impossível não perceber que a luta pela liberdade engendrada pelos militantes de esquerda foi uma falácia cínica, que encobria a tentativa furiosa de impor aos brasileiros uma outra ditadura, que talvez fosse mesmo mais cruel que a existente então, em nome de uma ideologia utópica que nunca teve sucesso em qualquer lugar onde tenha sido implantada. Não é necessário ser historiador, cientista político, sociólogo ou ter qualquer outra formação acadêmica para saber que todos os países que adotaram o socialismo ou o comunismo foram ou são ditaduras, mostrando que o regime esquerdista não se sustenta em uma democracia.
Tenho a impressão de que se os militares não tivessem se insurgido, hoje muitas vozes estariam protestando contra a ditadura comunista brasileira. Isso se fosse possível protestar.
Às vezes dizem que sou a favor da ditadura. De forma nenhuma. Sou totalmente contra a ditadura, de uma forma geral. Inclusive sou contra essa ditadura que nos obriga a participar do processo eleitoral, a sair de casa a cada dois anos, em um domingo, para votar em alguém ou até mesmo (veja o absurdo) para não votar em alguém.
Certa vez ouvi uma juíza eleitoral tentar explicar a alguém por que o voto ainda é obrigatório no Brasil. Segundo a magistrada, o povo brasileiro ainda não possui maturidade suficiente para que o voto seja facultativo, como ocorre em tantos países. Sinceramente, até hoje tento entender o que ela quis dizer com isso.
Não ataco aqui o direito ao voto. Sou contra o "dever" de voto. A liberdade de voto, para ser plenamente exercida, precisa ser livre. É óbvio. Onde está a liberdade quando o Estado estabelece sanções para quem não exerce seu "direito"?
Nos idos dos anos 60 do século passado o regime militar contava a versão governista da história; hoje, meio século depois, só se vê a versão oposicionista da história, uma vez que os antigos perseguidos políticos hoje ocupam expressiva fração do governo e controlam boa parte dos veículos de comunicação. Inshallah daqui a mais 50 anos possamos reler esse episódio com frieza histórica e objetividade científica.
O fato inegável é que ambos os lados cometeram abusos e excessos. O povo ficou no meio de uma luta que não era dele. Digo e repito: uma luta que não era do povo brasileiro. De um lado tivemos os interesses de capitalistas estrangeiros defendidos com brutalidade e truculência pelos agentes da ditadura; de outro tivemos a doutrina da tirânica União Soviética sendo imposta através das armas e do terrorismo ao nosso povo, tão amigo da paz.
Os defensores dos repressores estatais dirão que eles seguiam ordens, que estavam agindo de acordo com o ordenamento jurídico vigente. Os dos guerrilheiros comunistas alegarão que estes defendiam a liberdade social e a volta ao estado de legalidade. É muito difícil para nós, que somos de uma geração que não viveu os prelúdios do Golpe de 1964, julgar o passado. Falta-nos a experiência do momento, do contexto social.
O que é de fácil apreensão é que ocorreram desmandos por parte dos agentes públicos, em todas as esferas, em todos os escalões. Claro que não falo de todos os agentes. Falo dos desonestos, dos gananciosos, dos inescrupulosos.
Também é impossível não perceber que a luta pela liberdade engendrada pelos militantes de esquerda foi uma falácia cínica, que encobria a tentativa furiosa de impor aos brasileiros uma outra ditadura, que talvez fosse mesmo mais cruel que a existente então, em nome de uma ideologia utópica que nunca teve sucesso em qualquer lugar onde tenha sido implantada. Não é necessário ser historiador, cientista político, sociólogo ou ter qualquer outra formação acadêmica para saber que todos os países que adotaram o socialismo ou o comunismo foram ou são ditaduras, mostrando que o regime esquerdista não se sustenta em uma democracia.
Tenho a impressão de que se os militares não tivessem se insurgido, hoje muitas vozes estariam protestando contra a ditadura comunista brasileira. Isso se fosse possível protestar.
domingo, 30 de março de 2014
Por que o Batman é meu super-herói favorito?
Em primeiro lugar, não acho que ele seja um "super"-herói. Alguns personagens são alienígenas, outros possuem poderes divinos, outros são mutantes congênitos ou em decorrência de algum acidente ou experiência científica.
O Batman, no entanto, não veio de outro planeta, não foi agraciado pelos deuses com poderes sobrenaturais, tampouco foi objeto de algum experimento.
Os "superpoderes" dele são realistas: dinheiro (muito), tecnologia e disciplina.
Bruce Wayne poderia ter sido apenas mais um milionário vivendo em mais uma sociedade ameaçada por um governo corrupto, amparado por uma polícia altamente corrupta. Ele poderia ter-se omitido, poderia ter-se corrompido, mas optou por ir para a guerra. E o que moldou seu caráter na primeira fase de sua infância foi a educação que recebeu de seus pais. Quando esses foram assassinados ele poderia ter-se tornado mais um jovem revoltado e usuário de drogas, poderia ter dissipado a fortuna herdada, mas o que norteou seu comportamento nessa nova fase de sua vida foram o ensinamentos morais recebidos de seus pais.
Mas não foi só isso. Após a tragédia que o deixou órfão de pai e mãe, surgiu a figura discreta mas fortemente influente de seu tutor e mordomo da família, Alfred, um homem de passado misterioso, sagaz e de caráter inabalável, que ficou responsável por sua educação e foi fundamental para a criação do personagem Homem-Morcego.
A história do Batman, na minha forma de ver, traz essas lições: a possibilidade de se manter fiel aos valores morais, quando quase tudo e quase todos à sua volta estão corrompidos; a importância da educação recebida no seio da família, como o principal determinante das escolhas do indivíduo diante dos golpes da vida; a capacidade de adaptar o meio e os recursos à sua missão pessoal; a necessidade de uma disciplina espartana para se atingir um objetivo aparentemente inatingível; e finalmente o desprendimento de quem coloca as necessidades da coletividade acima de suas próprias conveniências.
Em primeiro lugar, não acho que ele seja um "super"-herói. Alguns personagens são alienígenas, outros possuem poderes divinos, outros são mutantes congênitos ou em decorrência de algum acidente ou experiência científica.
O Batman, no entanto, não veio de outro planeta, não foi agraciado pelos deuses com poderes sobrenaturais, tampouco foi objeto de algum experimento.
Os "superpoderes" dele são realistas: dinheiro (muito), tecnologia e disciplina.
Bruce Wayne poderia ter sido apenas mais um milionário vivendo em mais uma sociedade ameaçada por um governo corrupto, amparado por uma polícia altamente corrupta. Ele poderia ter-se omitido, poderia ter-se corrompido, mas optou por ir para a guerra. E o que moldou seu caráter na primeira fase de sua infância foi a educação que recebeu de seus pais. Quando esses foram assassinados ele poderia ter-se tornado mais um jovem revoltado e usuário de drogas, poderia ter dissipado a fortuna herdada, mas o que norteou seu comportamento nessa nova fase de sua vida foram o ensinamentos morais recebidos de seus pais.
Mas não foi só isso. Após a tragédia que o deixou órfão de pai e mãe, surgiu a figura discreta mas fortemente influente de seu tutor e mordomo da família, Alfred, um homem de passado misterioso, sagaz e de caráter inabalável, que ficou responsável por sua educação e foi fundamental para a criação do personagem Homem-Morcego.
A história do Batman, na minha forma de ver, traz essas lições: a possibilidade de se manter fiel aos valores morais, quando quase tudo e quase todos à sua volta estão corrompidos; a importância da educação recebida no seio da família, como o principal determinante das escolhas do indivíduo diante dos golpes da vida; a capacidade de adaptar o meio e os recursos à sua missão pessoal; a necessidade de uma disciplina espartana para se atingir um objetivo aparentemente inatingível; e finalmente o desprendimento de quem coloca as necessidades da coletividade acima de suas próprias conveniências.
quarta-feira, 26 de março de 2014
sexta-feira, 7 de março de 2014
Além da minha triste sobrevivência
Eu tento entender a razão da minha existência.
Por que que eu nasci?
Por que tô aqui?
Um penetra no inferno sem lugar pra fugir.
Vivo na solidão mas não tenho privacidade
E não conheço a sensação de ter um lar de verdade.
Eu sei que eu não tenho ninguém pra dividir o barraco comigo
Mas eu queria morar numa favela, amigo...
Eu tento entender a razão da minha existência.
Por que que eu nasci?
Por que tô aqui?
Um penetra no inferno sem lugar pra fugir.
Vivo na solidão mas não tenho privacidade
E não conheço a sensação de ter um lar de verdade.
Eu sei que eu não tenho ninguém pra dividir o barraco comigo
Mas eu queria morar numa favela, amigo...
domingo, 23 de fevereiro de 2014
Uma notícia, do último dia 17, que ilustra como as coisas estão fora dos eixos no mundo:
Um pai, no que pareceu ser um surto psicótico, após espancar a esposa (deixando-a em estado grave), agarrou o filho de seis anos e saltou com ele da sacada do apartamento localizado no 13º andar de um prédio em Osasco/SP. Ambos morreram.
Os vizinhos dizem que o menino (que tinha feito aniversário dois dias antes), já no parapeito da sacada, implorava ao pai para não matá-lo.
Eu tento imaginar qual foi a motivação desse homem. O que poderia ter passado pela cabeça dele que desse sentido a ele matar o próprio filho e a si mesmo, sob o olhar impotente da mãe da criança? Mas ninguém terá essa resposta...
Um pai, no que pareceu ser um surto psicótico, após espancar a esposa (deixando-a em estado grave), agarrou o filho de seis anos e saltou com ele da sacada do apartamento localizado no 13º andar de um prédio em Osasco/SP. Ambos morreram.
Os vizinhos dizem que o menino (que tinha feito aniversário dois dias antes), já no parapeito da sacada, implorava ao pai para não matá-lo.
Eu tento imaginar qual foi a motivação desse homem. O que poderia ter passado pela cabeça dele que desse sentido a ele matar o próprio filho e a si mesmo, sob o olhar impotente da mãe da criança? Mas ninguém terá essa resposta...
sábado, 21 de dezembro de 2013
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
O grande Alexandre, o Grande, Alexandre
Conquistou o Egito e a Pérsia.
Fundou cidades, cortou o nó górdio, foi grande.
Se embriagou de poder, alto e fundo, fundando o nosso mundo.
Foi generoso e malvado, magnânimo e cruel.
Casou com uma persa, misturando raças; mudou-nos terra, céu e mar.
Morreu muito moço, mas antes se impôs do Punjab a Gilbraltar.
Conquistou o Egito e a Pérsia.
Fundou cidades, cortou o nó górdio, foi grande.
Se embriagou de poder, alto e fundo, fundando o nosso mundo.
Foi generoso e malvado, magnânimo e cruel.
Casou com uma persa, misturando raças; mudou-nos terra, céu e mar.
Morreu muito moço, mas antes se impôs do Punjab a Gilbraltar.
sábado, 14 de dezembro de 2013
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
Samir caminhava pelo mercado, numa sexta-feira, após as orações, quando um idoso lhe gritou:
- Ateu!
Samir retrucou, manso, porém indignado:
- Não sou ateu. Acredito na existência de Deus.
- Então por que não o veio adorar hoje?
Samir pensou um pouco, e respondeu:
- Não acho que ele tenha sentido minha falta...
... Ele não gosta muito de mim.
- Ateu!
Samir retrucou, manso, porém indignado:
- Não sou ateu. Acredito na existência de Deus.
- Então por que não o veio adorar hoje?
Samir pensou um pouco, e respondeu:
- Não acho que ele tenha sentido minha falta...
... Ele não gosta muito de mim.
domingo, 24 de novembro de 2013
Tornei-me ateu?
Quando comecei este blog eu acreditava na força divina que regeria toda a existência, a quem chamam por muitos nomes, às vezes considerada una, às vezes manifestando-se em múltiplas entidades. Ou melhor, achava possível sua existência. E qual humano nunca sonhou com essa idéia que dá sentido a um universo tantas vezes sem sentido?
Mas o tempo foi passando, fui sentindo cada vez mais a pressão da vida - algumas vezes insuportável -, e percebi que os resultados vêm conforme meu esforço. Então, onde Deus (a Divindade, de uma forma geral) entra nessa história?
Não sei. Essa é a resposta mais sincera que consigo dar no momento. Minhas orações não costumam ser atendidas (ou antes, às vezes até são atendidas, mas em uma porcentagem tão baixa que não posso considerar essa "Providência" mais do que obra do acaso ou de meu próprio esforço).
Acho estranho quando, por exemplo, a vida de alguém é salva numa mesa de cirurgia e alguém diz: graças a Deus! Acho que essa frase é um desrespeito à equipe cirúrgica que trabalhou por horas no paciente, aos cientistas que desenvolveram todos os equipamentos, medicamentos e técnicas utilizados na cirurgia, àqueles que direta ou indiretamente investiram tempo, esforço e dinheiro para que aquele "milagre" pudesse ser realizado. Quando algo ruim acontece, seja por obra humana ou da fortuna, dificilmente alguém diz: foi culpa de Deus! Mas se Deus é onipresente e onipotente, se rege tudo e todos, não é justo que além dos méritos ele também receba os deméritos?
Aí inventaram o livre-arbítrio, que explicaria por que coisas ruins aconteciam com pessoas boas, por exemplo. Posso estar errado, claro, mas o livre-arbítrio, que é o reconhecimento da liberdade de escolhas por nós, seres viventes, diante do determinismo natural ou divino, não faz toda oração, todo pedido por uma intervenção divina, perder o sentido?
Eu sempre acreditei que qualquer teoria incorre em erro quando começa a ficar complicada. A Verdade sempre é simples. Muitas religiões criaram teorias exageradamente complexas para explicar por que as coisas são como são. Essas teorias na maior parte das vezes, se não em sua totalidade, parecem visar a defesa de Deus ou dos deuses e de seus atos, como se a Divindade precisasse de advogados diante do juízo humano. Se existe uma Divindade que liga todas as coisas do universo, não creio que ela se importe em justificar suas ações para quem quer que seja.
Falando em religiões, creio que a base de todas as religiões que já foram criadas é só uma: o medo da morte. Ou melhor, não o medo da morte, propriamente, mas o medo de deixar de existir, de perder o que acumulamos (em termos de conhecimentos) durante toda a vida. Todas as religiões dizem que a alma, após a morte do corpo, vai para algum lugar. Nenhuma religião admite que a consciência se extinga com o fim do corpo. E é compreensível. Desde que comecei a pensar na morte, ainda em minha juventude, passei a ter um grande medo de deixar de existir e de que as pessoas que amo também um dia deixem de existir. Se eu conhecesse uma religião que apresentasse provas incontestáveis, objetivas e lógicas da existência eterna de nossa consciência eu a adotaria. Sem nenhuma dúvida.
Quando comecei este blog eu acreditava na força divina que regeria toda a existência, a quem chamam por muitos nomes, às vezes considerada una, às vezes manifestando-se em múltiplas entidades. Ou melhor, achava possível sua existência. E qual humano nunca sonhou com essa idéia que dá sentido a um universo tantas vezes sem sentido?
Mas o tempo foi passando, fui sentindo cada vez mais a pressão da vida - algumas vezes insuportável -, e percebi que os resultados vêm conforme meu esforço. Então, onde Deus (a Divindade, de uma forma geral) entra nessa história?
Não sei. Essa é a resposta mais sincera que consigo dar no momento. Minhas orações não costumam ser atendidas (ou antes, às vezes até são atendidas, mas em uma porcentagem tão baixa que não posso considerar essa "Providência" mais do que obra do acaso ou de meu próprio esforço).
Acho estranho quando, por exemplo, a vida de alguém é salva numa mesa de cirurgia e alguém diz: graças a Deus! Acho que essa frase é um desrespeito à equipe cirúrgica que trabalhou por horas no paciente, aos cientistas que desenvolveram todos os equipamentos, medicamentos e técnicas utilizados na cirurgia, àqueles que direta ou indiretamente investiram tempo, esforço e dinheiro para que aquele "milagre" pudesse ser realizado. Quando algo ruim acontece, seja por obra humana ou da fortuna, dificilmente alguém diz: foi culpa de Deus! Mas se Deus é onipresente e onipotente, se rege tudo e todos, não é justo que além dos méritos ele também receba os deméritos?
Aí inventaram o livre-arbítrio, que explicaria por que coisas ruins aconteciam com pessoas boas, por exemplo. Posso estar errado, claro, mas o livre-arbítrio, que é o reconhecimento da liberdade de escolhas por nós, seres viventes, diante do determinismo natural ou divino, não faz toda oração, todo pedido por uma intervenção divina, perder o sentido?
Eu sempre acreditei que qualquer teoria incorre em erro quando começa a ficar complicada. A Verdade sempre é simples. Muitas religiões criaram teorias exageradamente complexas para explicar por que as coisas são como são. Essas teorias na maior parte das vezes, se não em sua totalidade, parecem visar a defesa de Deus ou dos deuses e de seus atos, como se a Divindade precisasse de advogados diante do juízo humano. Se existe uma Divindade que liga todas as coisas do universo, não creio que ela se importe em justificar suas ações para quem quer que seja.
Falando em religiões, creio que a base de todas as religiões que já foram criadas é só uma: o medo da morte. Ou melhor, não o medo da morte, propriamente, mas o medo de deixar de existir, de perder o que acumulamos (em termos de conhecimentos) durante toda a vida. Todas as religiões dizem que a alma, após a morte do corpo, vai para algum lugar. Nenhuma religião admite que a consciência se extinga com o fim do corpo. E é compreensível. Desde que comecei a pensar na morte, ainda em minha juventude, passei a ter um grande medo de deixar de existir e de que as pessoas que amo também um dia deixem de existir. Se eu conhecesse uma religião que apresentasse provas incontestáveis, objetivas e lógicas da existência eterna de nossa consciência eu a adotaria. Sem nenhuma dúvida.
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
terça-feira, 17 de setembro de 2013
domingo, 15 de setembro de 2013
sábado, 7 de setembro de 2013
E os baderneiros conseguiram estragar o aniversário da nação brasileira.
A data máxima do Brasil, sempre comemorada com a beleza do desfile cívico, onde a parada militar e o desfile das mais diversas entidades civis nacionais relembram à nação a importância de ser independente e soberana, neste ano foi maculada em várias cidades pela atitude de uma multidão de ignorantes raivosos que não conseguem entender que o país não se tornará mais civilizado com atitudes bárbaras de depredação, vandalismo e desrespeito às leis e à autoridade constituída.
Feliz aniversário, Brasil.
A data máxima do Brasil, sempre comemorada com a beleza do desfile cívico, onde a parada militar e o desfile das mais diversas entidades civis nacionais relembram à nação a importância de ser independente e soberana, neste ano foi maculada em várias cidades pela atitude de uma multidão de ignorantes raivosos que não conseguem entender que o país não se tornará mais civilizado com atitudes bárbaras de depredação, vandalismo e desrespeito às leis e à autoridade constituída.
Feliz aniversário, Brasil.
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
No sábado, então, às duas horas,
Todo o povo, sem demora,
Foi lá só pra assistir
Um homem que atirava pelas costas
E acertou o Santo Cristo
E começou a sorrir.
Sentindo o sangue na garganta,
João olhou pras bandeirinhas
E pro povo a aplaudir,
E olhou pro sorveteiro
E pras câmeras e a gente da TV que filmava tudo ali.
E se lembrou de quando era uma criança
E de tudo o que vivera até ali,
E decidiu entrar de vez naquela dança
- Se a "Via Crucis" virou circo, estou aqui.
E nisso o sol cegou seus olhos
E então Maria Lúcia ele reconheceu;
Ela trazia a Winchester 22,
A arma que seu primo Pablo lhe deu.
Acabei de perceber que, talvez, no final de "Faroeste Caboclo", o protagonista João de Santo Cristo estivesse tendo alucinações, enquanto morria. No momento em que foi acertado pelas costas, mesmo com o sol lhe cegando os olhos, ele conseguiu reconhecer sua ex-noiva, Maria Lúcia? A mesma que o tinha abandonado para ficar com seu inimigo (inclusive engravidando deste), que agora, milagrosamente, aparecia para lhe trazer a Winchester 22, dando ao protagonista a oportunidade de matar seu assassino antes que ele mesmo morresse?
Acho possível que, naquela mistura de perda de sangue, sol forte e humilhação pública, João estivesse "vendo" o que queria: seu inimigo morto, sua amada se arrependendo da traição e morrendo junto a si. Quando ele decidiu entrar de vez naquela dança, quando ele se entregou à morte, sua mente criou uma realidade mais aceitável em seus últimos segundos de vida.
Essa alucinação implícita aumenta ainda mais a carga dramática dessa canção.
Todo o povo, sem demora,
Foi lá só pra assistir
Um homem que atirava pelas costas
E acertou o Santo Cristo
E começou a sorrir.
Sentindo o sangue na garganta,
João olhou pras bandeirinhas
E pro povo a aplaudir,
E olhou pro sorveteiro
E pras câmeras e a gente da TV que filmava tudo ali.
E se lembrou de quando era uma criança
E de tudo o que vivera até ali,
E decidiu entrar de vez naquela dança
- Se a "Via Crucis" virou circo, estou aqui.
E nisso o sol cegou seus olhos
E então Maria Lúcia ele reconheceu;
Ela trazia a Winchester 22,
A arma que seu primo Pablo lhe deu.
Acabei de perceber que, talvez, no final de "Faroeste Caboclo", o protagonista João de Santo Cristo estivesse tendo alucinações, enquanto morria. No momento em que foi acertado pelas costas, mesmo com o sol lhe cegando os olhos, ele conseguiu reconhecer sua ex-noiva, Maria Lúcia? A mesma que o tinha abandonado para ficar com seu inimigo (inclusive engravidando deste), que agora, milagrosamente, aparecia para lhe trazer a Winchester 22, dando ao protagonista a oportunidade de matar seu assassino antes que ele mesmo morresse?
Acho possível que, naquela mistura de perda de sangue, sol forte e humilhação pública, João estivesse "vendo" o que queria: seu inimigo morto, sua amada se arrependendo da traição e morrendo junto a si. Quando ele decidiu entrar de vez naquela dança, quando ele se entregou à morte, sua mente criou uma realidade mais aceitável em seus últimos segundos de vida.
Essa alucinação implícita aumenta ainda mais a carga dramática dessa canção.
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
Eu devia estar feliz pelo Senhor ter me concedido
Um domingo pra ir com a família no jardim zoológico
Dar pipoca aos macacos.
Ah, mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado:
Macaco, praia, carro, jornal, tobogã,
Eu acho tudo isso um saco.
É você olhar no espelho,
Se sentir um grandessíssimo idiota,
Saber que é humano, ridículo, limitado,
Que só usa dez por cento de sua cabeça animal,
E você ainda acredita que é um doutor,
Padre ou policial que está contribuindo com sua parte
Para o nosso belo quadro social.
Um domingo pra ir com a família no jardim zoológico
Dar pipoca aos macacos.
Ah, mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado:
Macaco, praia, carro, jornal, tobogã,
Eu acho tudo isso um saco.
É você olhar no espelho,
Se sentir um grandessíssimo idiota,
Saber que é humano, ridículo, limitado,
Que só usa dez por cento de sua cabeça animal,
E você ainda acredita que é um doutor,
Padre ou policial que está contribuindo com sua parte
Para o nosso belo quadro social.
domingo, 11 de agosto de 2013
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
A cidade enlouquece sonhos tortos.
Na verdade nada é o que parece ser.
As pessoas enlouquecem calmamente,
Viciosamente, sem prazer.
Samir é um pensador. O bom Samir faz o que muitos desprezam: pensa na vida. E pensa muito.
Samir, certa vez, pôs-se a tentar descobrir o objetivo de estarmos vivos. Qual seria a nobre missão a que cada ser vivente está destinado?
E então Samir teve uma epifania: não existe um objetivo.
E por que haveria?
Na verdade nada é o que parece ser.
As pessoas enlouquecem calmamente,
Viciosamente, sem prazer.
Samir é um pensador. O bom Samir faz o que muitos desprezam: pensa na vida. E pensa muito.
Samir, certa vez, pôs-se a tentar descobrir o objetivo de estarmos vivos. Qual seria a nobre missão a que cada ser vivente está destinado?
E então Samir teve uma epifania: não existe um objetivo.
E por que haveria?
quarta-feira, 31 de julho de 2013
Diante de tanta bobagem que se encontra na internet, às vezes tenho a felicidade de achar textos de qualidade.
Recomendo a leitura dessa matéria sobre três grandes homens dos quais você provavelmente nunca ouviu falar, mas que, sem exagero, salvaram milhões de pessoas ao custo de suas próprias vidas: Alexei Ananenko, Valeri Bezpalov e Boris Baranov.
terça-feira, 23 de julho de 2013
quinta-feira, 18 de julho de 2013
quarta-feira, 17 de julho de 2013
Um discípulo subiu a montanha que ficava de frente ao mar, onde no topo morava um sábio. Perguntou o discípulo: “Mestre, o que eu faço para alcançar a sabedoria?” O sábio, sem responder uma palavra, se levantou, foi até a porta e sinalizou ao discípulo que o acompanhasse.
Desceram a montanha em silêncio, o discípulo se preparando para ouvir e aprender o segredo da sabedoria. Chegaram à praia e o sábio continuou caminhando em direção à água. Água nos pés, nas canelas, nos joelhos. O discípulo hesitou, mas o sábio insistiu. Água na cintura. De repente, o mestre derrubou o discípulo e segurou sua cabeça debaixo d’água, sem lhe dar chance de se levantar. O discípulo se debateu, tentou escapar dos braços do sábio, esperneou, bebeu água do mar — mas o sábio o segurou firme.
Quando o discípulo já estava quase morrendo afogado, o sábio o soltou. O rapaz se levantou com violência, finalmente respirando engasgado, cuspindo água salgada e não conseguindo esconder a raiva: “Você quer me matar?!”
O sábio respondeu: “No dia em que você buscar a sabedoria como você buscava o ar para respirar, você a encontrará.” E voltou em direção à montanha, o discípulo ainda na água, ofegante e perplexo. Mas com a resposta que veio buscar.
Desceram a montanha em silêncio, o discípulo se preparando para ouvir e aprender o segredo da sabedoria. Chegaram à praia e o sábio continuou caminhando em direção à água. Água nos pés, nas canelas, nos joelhos. O discípulo hesitou, mas o sábio insistiu. Água na cintura. De repente, o mestre derrubou o discípulo e segurou sua cabeça debaixo d’água, sem lhe dar chance de se levantar. O discípulo se debateu, tentou escapar dos braços do sábio, esperneou, bebeu água do mar — mas o sábio o segurou firme.
Quando o discípulo já estava quase morrendo afogado, o sábio o soltou. O rapaz se levantou com violência, finalmente respirando engasgado, cuspindo água salgada e não conseguindo esconder a raiva: “Você quer me matar?!”
O sábio respondeu: “No dia em que você buscar a sabedoria como você buscava o ar para respirar, você a encontrará.” E voltou em direção à montanha, o discípulo ainda na água, ofegante e perplexo. Mas com a resposta que veio buscar.
sexta-feira, 12 de julho de 2013
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Acho impressionante que, ainda nesse século 21, com tudo que se sabe sobre os malefícios do cigarro, seja praticamente impossível andar pelas ruas e não encontrar algum fumante. Não sei se essas pessoas fumam por serem ignorantes ou autodestrutivas. Só posso imaginar que ou não conhecem os males que podem sofrer e provavelmente sofrerão em decorrência do tabagismo, ou conhecem mas acham que são imunes, ou conhecem e não se importam em sofrê-los.
terça-feira, 9 de julho de 2013
Samir é um homem justo. Tenta sempre medir os que o cercam por seus verdadeiros méritos e deméritos. Mas hoje Samir, enquanto ia para o trabalho, observou as pessoas pelas ruas, observou as casas, observou os carros, observou os muros, e teve nojo de tudo. Não era um nojo contra alguém específico; era uma ojeriza contra o conjunto, contra o quadro medonho e deprimente do cotidiano da cidade.
Samir tentou ver algo bonito em seu caminho, mas nada bonito se lhe apresentou.
Samir tentou ver algo bonito em seu caminho, mas nada bonito se lhe apresentou.
segunda-feira, 8 de julho de 2013
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Estive pensando na moral do romance O Conde de Monte-Cristo, de Alexandre Dumas. É claro que a moral imediata é o prazer que a vingança proporciona; o prazer de ver aqueles que lhe fizeram um mal injusto sofrerem e serem destruídos pelo seu engenho. Mas além disso há outra lição, sutil, mas importante:
Edmond Dantés, o protagonista, vítima de golpes de canalhas que acaba condenado perpetuamente à prisão sendo inocente, após longos anos de torturas e isolamento carcerário, depara-se com um homem que emerge da parede de sua cela: o Abade Faria. Com ele aprende ciências, filosofia, línguas, nos vários anos que se seguem, nos quais ambos os prisioneiros, durante as aulas, sorrateiramente cavam um túnel através das rochas que formam as muralhas da penitenciária do Château d'If.
Por fim, Edmond acaba por escapar do cárcere sem ser pelo túnel inacabado, herdando de seu amigo uma grande fortuna que possibilitou a efetivação de seus planos.
A lição é que a vida, às vezes, oferece oportunidades que são difíceis de reconhecer por saírem do que concebemos em nossa mente. São oportunidades dissimuladas, camufladas de problemas. O truque é manter a mente aberta e atenta, encarando cada percalço, cada desastre, da melhor forma possível. A vida não é perfeita, nunca foi; poucas são as pessoas agraciadas com a felicidade verdadeira e contínua. Mas o que você fará? Desistirá?
Edmond Dantés, o protagonista, vítima de golpes de canalhas que acaba condenado perpetuamente à prisão sendo inocente, após longos anos de torturas e isolamento carcerário, depara-se com um homem que emerge da parede de sua cela: o Abade Faria. Com ele aprende ciências, filosofia, línguas, nos vários anos que se seguem, nos quais ambos os prisioneiros, durante as aulas, sorrateiramente cavam um túnel através das rochas que formam as muralhas da penitenciária do Château d'If.
Por fim, Edmond acaba por escapar do cárcere sem ser pelo túnel inacabado, herdando de seu amigo uma grande fortuna que possibilitou a efetivação de seus planos.
A lição é que a vida, às vezes, oferece oportunidades que são difíceis de reconhecer por saírem do que concebemos em nossa mente. São oportunidades dissimuladas, camufladas de problemas. O truque é manter a mente aberta e atenta, encarando cada percalço, cada desastre, da melhor forma possível. A vida não é perfeita, nunca foi; poucas são as pessoas agraciadas com a felicidade verdadeira e contínua. Mas o que você fará? Desistirá?
quinta-feira, 4 de julho de 2013
quinta-feira, 6 de junho de 2013
Os Cinco Macacos
Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula. Bem ao centro, havia uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia na escada para pegar as bananas, um jato de água fria era acionado contra os que estavam no chão.
Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros o pegavam e enchiam de pancada. Com mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.
Então os cientistas substituíram um dos macacos por um novo. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo retirado pelos outros, que o surraram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada.
Um segundo macaco veterano foi substituído e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado com entusiasmo na surra ao novato.
Um terceiro foi trocado e o mesmo ocorreu.
Um quarto, e afinal o último dos veteranos foi substituído.
Os cientistas, então, ficaram com um grupo de cinco macacos que mesmo nunca tendo tomado um banho frio continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles por que eles batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:
- Não sei, mas as coisas sempre foram assim por aqui.
Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros o pegavam e enchiam de pancada. Com mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.
Então os cientistas substituíram um dos macacos por um novo. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo retirado pelos outros, que o surraram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada.
Um segundo macaco veterano foi substituído e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado com entusiasmo na surra ao novato.
Um terceiro foi trocado e o mesmo ocorreu.
Um quarto, e afinal o último dos veteranos foi substituído.
Os cientistas, então, ficaram com um grupo de cinco macacos que mesmo nunca tendo tomado um banho frio continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles por que eles batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:
- Não sei, mas as coisas sempre foram assim por aqui.
terça-feira, 23 de abril de 2013
segunda-feira, 15 de abril de 2013
Recitar, mentre preso dal delirio...
Eu vejo as pessoas vivendo seu cotidiano, algumas visivelmente aborrecidas, outras tristonhas, mas vivem, continuam seguindo a vida apesar dos desgostos. Acredito que a maioria dessas pessoas não espera muito mais da vida, ou pelo menos nada que saia do padrão do esperável. Eu passo por elas e recuso-me a me transformar em uma delas. Quero acreditar em um futuro mais feliz, confortável, em que a vida não seja apenas sobrevivência, não seja "apagar os incêndios que aparecem", à espera da próxima aflição.
quarta-feira, 10 de abril de 2013
terça-feira, 9 de abril de 2013
Estou preocupado com Samir. Samir é um homem bom. Até onde o conheço, nunca cometeu grandes deslizes na vida (apenas alguns forçados por sua natureza humana). Ele trabalha duro, esforça-se por fazer bem suas tarefas. Samir é pai de família. Preocupa-se com o futuro de sua família, e também com o presente. Samir quer ver todos confortáveis, felizes, mas a vida é difícil. Muito difícil.
Samir anda triste nos últimos tempos. Em sua alma sempre existiu uma mancha de tristeza, mesmo em seus momentos felizes. Mas ultimamente Samir pensa em morrer. Não que ele seja um maníaco suicida. Samir não pensa em se matar. Mas ele pensa às vezes que toda a responsabilidade pesa demais sobre seus ombros. E ele acha que ninguém percebe seu tormento íntimo.
Dizem as pessoas a Samir que ele deve se animar, que a vida é boa, é bonita, que ele deve aproveitá-la. Samir não entende onde as pessoas vêem a beleza da vida. Há beleza em se esforçar e só encontrar a frustração da falta de reconhecimento?
Samir se sente muito sozinho, às vezes, mesmo cercado de gente.
Samir anda triste nos últimos tempos. Em sua alma sempre existiu uma mancha de tristeza, mesmo em seus momentos felizes. Mas ultimamente Samir pensa em morrer. Não que ele seja um maníaco suicida. Samir não pensa em se matar. Mas ele pensa às vezes que toda a responsabilidade pesa demais sobre seus ombros. E ele acha que ninguém percebe seu tormento íntimo.
Dizem as pessoas a Samir que ele deve se animar, que a vida é boa, é bonita, que ele deve aproveitá-la. Samir não entende onde as pessoas vêem a beleza da vida. Há beleza em se esforçar e só encontrar a frustração da falta de reconhecimento?
Samir se sente muito sozinho, às vezes, mesmo cercado de gente.
sábado, 6 de abril de 2013
sexta-feira, 5 de abril de 2013
Estive pensando que muitas vezes procuramos uma profissão que nos complete, que nos traga felicidade. Tentamos fazer com que nossa posição profissional reflita nossa personalidade.
Mas quantas pessoas conseguem isso? Quantas pessoas são capazes de pensar em suas vidas profissionais e dizer que estão satisfeitas?
Já tive alguns empregos, em áreas variadas, mas até hoje não me identifiquei com nenhum. E talvez seja para ser assim mesmo. Talvez o trabalho seja para garantir o sustento do corpo, somente, e não da alma.
Mas quantas pessoas conseguem isso? Quantas pessoas são capazes de pensar em suas vidas profissionais e dizer que estão satisfeitas?
Já tive alguns empregos, em áreas variadas, mas até hoje não me identifiquei com nenhum. E talvez seja para ser assim mesmo. Talvez o trabalho seja para garantir o sustento do corpo, somente, e não da alma.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Samir tem sido assolado ultimamente por um sopro de falta de fé que o fez partir em uma busca. Ele resolveu buscar Deus. Samir sabe que, se ele existir, está em todo lugar, mas quer buscá-lo em um lugar onde o possa ver. Tantas vezes Samir pediu a ele um sinal de sua existência, um indício de que não estava sozinho, de que suas orações não eram desperdiçadas ao vento. Nunca recebeu uma resposta. Por quê? Porque não há ninguém para responder ou porque ele não precisa provar sua existência?
À noite o medo da morte sempre é maior em Samir. Ele tem um medo muito grande de não haver nada depois da morte, de não haver alma ou um outro mundo. Ele esteve pensando que é nisso que todas as religiões se baseiam: no medo da morte, ou antes no medo de deixarmos de existir quando nossos corpos morrerem.
Samir quer acreditar em Deus e que tem uma alma eterna. Mas não consegue acreditar totalmente sem uma prova. Se pelo menos aqueles que morreram pudessem enviar uma mensagem inequívoca...
À noite o medo da morte sempre é maior em Samir. Ele tem um medo muito grande de não haver nada depois da morte, de não haver alma ou um outro mundo. Ele esteve pensando que é nisso que todas as religiões se baseiam: no medo da morte, ou antes no medo de deixarmos de existir quando nossos corpos morrerem.
Samir quer acreditar em Deus e que tem uma alma eterna. Mas não consegue acreditar totalmente sem uma prova. Se pelo menos aqueles que morreram pudessem enviar uma mensagem inequívoca...
domingo, 22 de março de 2009
Havia um sábio que vivia com seus discípulos de maneira errante, viajando sempre, aprendendo sobre a vida, o mundo e sobre si mesmo.
Certo dia, chovia muito forte, tão forte que a estrada de terra por onde andavam transformou-se em barro. A certa altura o grupo encontrou um carro atolado. Seu motorista estava ao lado, orando humildemente para que Deus retirasse o carro do atoleiro. O mestre então ordenou que todos começassem a orar também, pedindo a Deus que aquele homem devoto fosse salvo da tempestade.
Mais a frente encontraram um outro carro, também atolado, e seu motorista estava atrás, empurrando-o com todas as forças, coberto de barro, gritando as mais grosseiras imprecações. O mestre então ordenou que todos empurrassem o carro também. Em pouco tempo o carro estava livre, e o motorista, já mais calmo, agradeceu aos ascetas e seguiu seu caminho.
À noite, já abrigados da chuva, o grupo descansava e comia. O discípulo mais antigo, sempre mais confiante do que seus colegas, achegou-se ao mestre e perguntou-lhe:
- Mestre, não entendo por que no caso do homem devoto nós apenas oramos, e já no caso do homem grosseiro, que maldizia Deus, nós ajudamos a empurrar o carro.
- Meu jovem, – respondeu o sábio – estávamos a serviço de Deus naquela estrada. Deus não faz por nós o que ele nos deu capacidade para fazer; ele nos ajuda, segundo nossos méritos, naquilo que vai além de nossas habilidades. O primeiro homem orava, e o que devíamos fazer era ajudá-lo a orar ainda mais, porque era isso o que ele queria. O segundo empurrava o carro, e nossa tarefa era ajudá-lo a empurrar, porque esse foi o caminho que ele escolheu.
Certo dia, chovia muito forte, tão forte que a estrada de terra por onde andavam transformou-se em barro. A certa altura o grupo encontrou um carro atolado. Seu motorista estava ao lado, orando humildemente para que Deus retirasse o carro do atoleiro. O mestre então ordenou que todos começassem a orar também, pedindo a Deus que aquele homem devoto fosse salvo da tempestade.
Mais a frente encontraram um outro carro, também atolado, e seu motorista estava atrás, empurrando-o com todas as forças, coberto de barro, gritando as mais grosseiras imprecações. O mestre então ordenou que todos empurrassem o carro também. Em pouco tempo o carro estava livre, e o motorista, já mais calmo, agradeceu aos ascetas e seguiu seu caminho.
À noite, já abrigados da chuva, o grupo descansava e comia. O discípulo mais antigo, sempre mais confiante do que seus colegas, achegou-se ao mestre e perguntou-lhe:
- Mestre, não entendo por que no caso do homem devoto nós apenas oramos, e já no caso do homem grosseiro, que maldizia Deus, nós ajudamos a empurrar o carro.
- Meu jovem, – respondeu o sábio – estávamos a serviço de Deus naquela estrada. Deus não faz por nós o que ele nos deu capacidade para fazer; ele nos ajuda, segundo nossos méritos, naquilo que vai além de nossas habilidades. O primeiro homem orava, e o que devíamos fazer era ajudá-lo a orar ainda mais, porque era isso o que ele queria. O segundo empurrava o carro, e nossa tarefa era ajudá-lo a empurrar, porque esse foi o caminho que ele escolheu.
segunda-feira, 16 de março de 2009

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