quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Tudo que ele deixou foi uma carta de amor
Pra uma apresentadora de programa infantil.
Nela, ele dizia que já não era criança
E que a esperança também dança como monstros de um filme japonês.

Tudo que ele tinha era uma foto desbotada
Recortada de revista especializada em vida de artista.
Tudo que ele queria era encontrá-la um dia:
Todo suicida acredita na vida depois da morte.

Tudo que ele tinha cabia no bolso da jaqueta;
A vida, quando acaba, cabe em qualquer lugar.

E a violência travestida faz seu trottoir.

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