Samir foi criado nas crenças de seus pais e avós; a descrença ele adquiriu quando adulto.
Certa manhã, na casa de chá da medina, Samir viu entrar Khalil Al Naim, o Budista. Como costumava acontecer, um ou dois frequentadores lançaram um olhar de reprovação contra Khalil, que se sentou na mesa ao lado e pediu um chá gelado. Os homens não demoraram a se levantar e deixar a casa.
Quem não conhecia Khalil pensaria tratar-se de outro homem muçulmano qualquer, com roupas comuns, barba crescida e cabelos medianos. Mas na comunidade ele era conhecido como "o apóstata Khalil, adorador do deus Buddha".
Depois de alguns minutos ele percebeu que Samir, sentado à uma mesa próxima, o olhava meio incomodado.
- O que foi, homem? Se quer falar algo, fale! - disse Khalil.
- Não... Desculpe, Khalil. Eu só estava pensando por que às vezes quando você vem aqui, ou quando anda pela medina, alguém o destrata e mesmo assim você se mantém calmo, até sorrindo. Você nunca se irrita com a forma como os outros tratam você?
- Samir, não existem os outros.
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