Um discípulo subiu a montanha que ficava de frente ao mar, onde no topo morava um sábio. Perguntou o discípulo: “Mestre, o que eu faço para alcançar a sabedoria?” O sábio, sem responder uma palavra, se levantou, foi até à porta e sinalizou ao discípulo que o acompanhasse.
Desceram a montanha em silêncio, o discípulo se preparando para ouvir e aprender o segredo da sabedoria. Chegaram à praia e o sábio continuou caminhando em direção à água. Água nos pés, nas canelas, nos joelhos. O discípulo hesitou, mas o sábio insistiu. Água na cintura. De repente, o mestre derrubou o discípulo e segurou sua cabeça debaixo d’água, sem lhe dar chance de se levantar. O discípulo se debateu, tentou escapar dos braços do sábio, esperneou, bebeu água do mar — mas o sábio o segurou firme.
Quando o discípulo já estava quase morrendo afogado, o sábio o soltou. O rapaz se levantou com violência, finalmente respirando engasgado, cuspindo água salgada e não conseguindo esconder a raiva: “Você quer me matar?!”
O sábio respondeu: “O dia em que você buscar a sabedoria como você buscava o ar para respirar, você a encontrará.” E voltou em direção à montanha, o discípulo ainda na água, ofegante e perplexo. Mas com a resposta que veio buscar.
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